terça-feira, 1 de dezembro de 2009

GOALS I

O melhor resultado até agora da leitura de 20 Lessons me dado por Paulete. Estou no capítulo Goals. Percebi que não tinha nenhum, o livro me deu um gás e resolvi estipular alguns que me vieram à cabeça. Espero alcançá-los. É pena, pelo menos para a minha mãe (e provavelmente para o resto do mundo), que não haja nenhuma meta que se assemelhe a uma fonte de renda. Algumas são absurdas, não dependem só de mim. Mas é melhor que nada.

GOALS I

Amanhã:
-Acordar 10h30
- Recibo de Giselda;
- Ver e selecionar conteúdo das caixas deixadas por vovó. Organizar livros selecionados na estante;
- Ler (20 Lessons, Dicionário de Filosofia, Carta Capital, New Scientist);
- Instalar Corel e Photoshop, quem sabe o Nero, na minha máquina.

Esta semana:
- Acordar 10h30 (inclusive sábado e domingo, já que não há diferença para mim entre estes e outros dias; exceto se houver alguma cachaça no dia anterior)
- Acabar 20 Lessons;
- Ler Dicionário de Filosofia: Deus, Tudo, Nada, pelo menos (anotar ou ler outros termos). Anotar o que me interessa.

Até Paulo chegar:
- Acordar de 10h30;
- 5 a 10 letras compostas (3 excelentes, nível de Chico Buarque);
- Ouvir Chico Buarque;
- Ouvir mais música;
- Gravações Legião e outros You Tube (5 a 10);
- Localizar Dado Villa-Lobos ou Marcelo Bonfá no Facebook e no Twitter;
- Criar meu Twitter;
- Coletar frases minhas para o Twitter;
- Zerar Metroid Prime Corruption.

Até o final do ano que vem:
- Acordar de 9h40;
- Algo escrito;
- Retomar pintura (?);
- Ser o novo vocalista da Legião (?!!!);
- Gravar músicas com Paulo ou ter uma banda (?);
- Coletar frases minhas para o Twitter;
- Cheirar e beijar o rosto e a boca de uma mulher linda.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A LIBERDADE DE UM CARA JÁ LIVRE

Saí com minha amiga, e há muito tempo ex, na folga dela. Escolheu Olinda como destino, queria me mostrar o Alto da Sé e os ateliês que ela costuma visitar. Fomos e findamos, como combinado, num muito agradável bar de onde se via toda a cidade do Recife e duas belas igrejas de Olinda. Estávamos tomando cerveja, comendo batatinha com carne de sol, conversando sobre a vida, privadas quebradas, sexo (no meu caso a ausência de, no dela, nem tanto, descoberta que pensei que me pesaria mais emocionalmente), até que, lá pelas tantas, perto do pôr-do-sol, eis que surge o novo namorado dela, com fisionomia de quem vai pegar a atual com o ex. O fato de não estarmos nos atracando apaixonadamente não diminuiu a expressão em seu rosto. Deu um selinho nela – que estava bastante surpresa com a aparição repentina e enciumada dele – e abriu seu melhor péssimo sorriso. Convidei-o instantaneamente para sentar-se conosco e cedi meu lugar. Tentei ser o mais ridículo (menos sexualmente ameaçador), mais simpático e neutro possível. Não sei se surtiu algum efeito (eu certamente ficaria com ciúmes se minha namorada saísse com o ex), mas fiz o que podia.

Quando pensava que ela poderia um dia vir a namorar, previa que meu coração ficaria dilacerado, mas não. É claro que houve um desconforto, é claro que fiquei surpreso-quase-chocado, mas não foi uma punhalada no meu coração. Nem sequer um arranhão no meu peito. Descobrir isso, ainda mais da forma mais difícil, me fez um bem danado, me senti emocionalmente maduro, coisa que nunca esperei pensar de mim. Me senti também mais aberto para o mundo e suas oportunidades, pois agora, óbvia e efetivamente, não devo nada a ela nesse aspecto. Sei que isso não vai fazer muita diferença na minha vida afetiva porque sou mau de cascata e não saio pra canto nenhum, mas, de qualquer forma, me sinto mais livre e este sentimento de liberdade é deveras agradável. Mais do que nunca, eu e ela somos amigos.

XXXX

Filmes pesquisados por Olinda e arredores:
- Auto da Compadecida – Alex, garçom do Olinda Art Grill;
- Matrix – Joyce, estudante;
- Rambo II – Eduardo, vendedor de barraquinha;
- O Carteiro e o Poeta – Sérgio, jornalista;
- Carga Explosiva II – Reinaldo, cobrador de ônibus;
- O Mundo de Leland – Júnior, estudante de Educação Física.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

PATRICINHAS MACONHEIRAS E PUTAS CINÉFILAS

Na minha época (que nem sei se já passou), só quem fumava maconha eram os machos e as meninas “alternativas”. Agora as patricinhas estão fumando também, o que é ótimo, pois posso arregar um pega de mais gente. E o melhor: gatinhas (e elas sabem acochar, coisa que até hoje eu não sei). Mas não deixa de ser estranho, pois elas não têm a mínima pinta de maconheiras. É como ver a minha irmã dando uma bola. Por natureza, as patricinhas não são inconformadas, rebeldes ou têm vontade de serem diferentes; pelo contrário, quanto mais iguais melhor, o que quer dizer que a maconha deixou de ser uma transgressão para se tornar uma norma. Massa. Em todos os sentidos.

Nota: uma amiga minha me disse que o que está entrando na moda agora entre machos e alternativas é cocaína. Isso me preocupa, pois é bem mais destrutivo e vicia de verdade. Ou talvez realmente minha época tenha passado e eu agora esteja enquadrado no time dos caretas.

XXXX

Estive a perguntar, após algumas cervejas, os filmes que marcaram algumas prostitutas. Foram eles: Casa de Vidro, Jogos Mortais, Amor sem Fronteiras, Simplesmente Amor e Ghost.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Perfeição

And she shone like a gem in a five and dime store.

Perfeição. Nunca pensei que esta se me apresentaria a olhos nus. Pois aconteceu e veio na mais bela das formas: uma mulher. Meus olhos passeavam rápidos pela multidão, sem atenção específica para rostos ou formas quando um alerta de alguma parte subconsciente do meu cérebro ordenou que eu parasse e retrocedesse alguns metros na observação. E lá estava ela: magnífica, como se uma aura a envolvesse e a fizesse brilhar entre tudo e todos que ali estavam. Fiquei mesmerizado, demorei alguns segundos para me recompor e concatenar o primeiro pensamento que me surgiu depois dessa aparição. “Que mulher linda.” Era tudo o que conseguia repetir enquanto o mundo ao redor desaparecia para mim. Só existia ela e a sede de absorvê-la o mais completamente possível dentro do meu olhar. Tinha cabelos lisos, castanhos claros, presos num rabo de cavalo que revelavam nuca e pescoço delicados, femininos, perfeitos. Os olhos, cor de mel, eram absolutamente lindos, na forma, na cor, na perfeita harmonia com as sobrancelhas - estas também perfeitas, parecendo ter naturalmente aquela forma, não fruto de grandes depilações (ou seja, lá como se chama a retirada destes pelos). Os olhos ficavam ainda mais bonitos quando ela os comprimia um pouco para tentar enxergar ao longe, com um charme indescritível. Ela se movia sem exageros, sem vulgaridade, como uma verdadeira dama, de uma forma tão feminina e ao mesmo tempo tão desprovida de afetação. Enfrentava a multidão com a firmeza necessária, porém sem perder a delicadeza. De uma forma que chamava a atenção justamente por não chamar atenção. Seu vestido era discreto e revelador, moderno e clássico, de um furtacor azul claro e cinza. Acima dos joelhos, tinha a frente toda coberta e as costas completamente nuas. Costas lindas, delicadas e brancas, sem manchas ou sinais, com seus músculos e ossos (nenhum deles desagradavelmente aparentes) formando graciosos desenhos a cada movimento, com uma sensualidade, como direi, suave, despretensiosa. Seu rosto era de uma perfeição absoluta, superlativa, irretocável (redundância necessária). Lindíssima como Grace Kelly ou Jennifer Connely (compará-la é o melhor que posso fazer para descrevê-la, pois não tenho palavras que a façam justiça). Como disse no começo do texto, a visão mais perfeita que já tive. E não há aqui qualquer exagero, é a descrição mais precisa e honesta que fui capaz de fazer. Eu ficaria em dúvida se me fosse dada a impossível (de ambos os lados) possibilidade de escolher entre ela e Beatriz. E isso é o máximo que posso dizer de uma mulher.

Ela era da produção do evento a que fomos uma amiga de Natal e eu na Torre Malakoff. Encontramos meu primo depois. Percebi que ela era da produção pelo rádio que trazia preso à cintura. Eu não consegui entrar, poucos convites para muitos interessados que chegaram mais cedo do que nós. Minha amiga conseguiu dar um jeitinho e emburacou, motivada pelo frenesi que a acometeu com a chegada de Otto ao local. Fiquei do lado de fora, onde se podia comprar e beber cervejas, passeando e olhando as pessoas existindo. Muitos seres estranhos ou de vaidade estranha (como achar bonito ou interessante ostentar uma enorme cabeleira dentro de um gorro que faz a cabeça assumir a forma de um monstro do filme Alien? Me foge a compreensão). Andei atrás de maconha para arregar uns peguinhas e senti o peculiar cheiro perto do telão à direita da Torre, onde estavam exibindo os shows lá de dentro. Para minha surpresa eram duas patricinhas fumando. Dei meus pegas e perguntei qual filme as tinha marcado, uma delas citou Apocalypto, a outra não quis se aventurar. Estou com esta mania de perguntar sobre o filme predileto das pessoas (queria mesmo era perguntar sobre Deus, mas acho que é um tema complexo demais para conversas casuais com estranhos). Dentre os filmes citados, recordo-me de Amélie Poulain, Titanic, Dançando no Escuro, Charles Bronson, Cinema, Aspirinas e Urubus, a trilogia do Senhor dos Anéis, Senhor das Armas, Ghost, Cidade de Deus. Tem mais, preciso começar a anotar. Depois dos peguinhas e de um papo ligeiro com as patricinhas (não queria ser mais chato do que já estava sendo), voltei à frente da Torre e, por coincidência, vi através da grade minha amiga de Natal abraçando Otto para um foto ou coisa assim e, do lado de fora, de novo, ela, a personificação da perfeição e da beleza. Desta vez, tomei coragem (com as cervejas já tomadas e a coisinha na cabeça), me aproximei dela, cutuquei seu braço e disse, com estas palavras tortas: “você é a mulher mais linda que eu já vi na minha vida inteira. Completamente”. Ela sorriu e agradeceu. Para o meu deleite (e acredito que exatamente com esse propósito [ególatra nada!]) ela se deixou ficar por ali mais alguns instantes, franzindo os lindos olhos como se procurasse alguém a distância. Vez por outra olhava para mim, no que eu desviava envergonhada e rapidamente o olhar. Enfim se foi para dentro do evento mais uma vez.

Cheio de coragem, fui à caça de um guardanapo e de uma caneta. Escrevi meu e-mail e o endereço desse blog e fiquei a postos, caso ela surgisse uma vez mais. E uma vez mais ela surgiu. Cheguei perto dela, gerando um dispensável sobressalto, e a entreguei o papel. Ela segurou. O que fez depois, sabe-se lá. Até porque isto tudo aconteceu na quarta ou quinta e só estou colocando este post sobre o ocorrido hoje.

Meu primo chegou finalmente e a primeira coisa que comentei, depois de pô-lo a par do paradeiro de nossa hóspede de Natal, foi sobre ela, divina e graciosa. Queria muito que ele a visse para poder confirmar a minha versão dos fatos e provar que não houve exagero de minha parte. A vi pela última vez à distância, levando Fernanda Takai pela mão, seguida por uma fila de pessoas. Pensei que talvez ela tivesse sido contratada para, em situações como essa, atrair todas as atenções e fazer Fernanda, com sua postura comprimida em si mesma, passar despercebida pelo público, facilitando o deslocamento da artista. Mas acho que esta é uma especulação idiota. Meu primo a viu de longe e não pôde comprovar meu ponto de vista (embora, mesmo nessas condições, a tenha achado bonita). A amiga de Natal, que a viu de perto, não achou nada demais, mas acho que disse isso por despeito feminino; aliás, tenho certeza, é impossível que alguém a achasse algo aquém de linda.

Queria muito trocar e-mails com ela, embora duvide que por trás daquela mulher tão bela se esconda um ser humano inteligente, bem humorado e honesto. Seria perfeição demais para uma pessoa só.

Percebi agora que faltou de sua aparência uma coisa a analisar: o sorriso. Tão importante e não o vi uma vez sequer.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Resolvi simplificar as coisas.

sábado, 29 de agosto de 2009

Escrevi a carta abaixo para entregar na semana que vem. Falarei primeiro com a psiquiatra, quem sabe ela não me faz mudar de idéia. Embora ache difícil. Mas acho que devo isso aos meus pais. Me sinto enganando Fábio e não acho isso justo. Não sei qual é o meu lugar no mundo, não acho que me adeque às expectativas sociais, não tenho expectativas sociais. Por isso a idéia de virar morador de rua. Talvez a privação de tudo que a sociedade oferece, mude meu ponto de vista.


Fábio,

Percebi que todas as críticas feitas à Criação se aplicam diretamente a mim. Estou desmotivado e com um bloqueio criativo, por isso só tenho pegado alterações nas campanhas já criadas. Não estou sendo um bom funcionário, não sou mais o mesmo, como o clima da agência não é mais o mesmo.

Não sei o que vou fazer da vida, só sei que não tenho mais o mesmo interesse por ela e isso inclui o meu trabalho. De qualquer forma, agradeço a oportunidade e a confiança, nunca esquecerei o que você fez por mim. Só não acho justo você ter em seu quadro um funcionário como eu, que não veste a camisa e sem capacidade produtiva à altura do que é esperado ou exigido. Acho mais digno da minha parte ceder meu espaço para alguém mais capacitado, do que ficar esperando pela demissão que mais cedo ou mais tarde viria para mim.

Mais uma vez muito obrigado. Grande abraço.

Mário.

COREOGRAFIA SOCIAL

Me sinto meio um mico adestrado quando em um show o cantor pede para “jogar as mãos para cima” ou outras ordens coreográficas do gênero. Não tenho mais saco para isso. Não tenho mais saco para nada. Não tenho interesse por nada. A vida passa batida pelos meus olhos. Acho que o tratamento psiquiátrico não está surtindo muito efeito e o trabalho está sendo algo extremamente desgostoso de se levar. Estou pensando seriamente em sair da sociedade, dispensar todas as benesses que fazer parte da coreografia social proporciona (como também de suas dores) e viver livre, solto no mundo, sem obrigações, sem responsabilidades, a não ser para com minhas necessidades básicas (cagar, comer e dormir). Virar um mendigo, em síntese. Não sei como, sem dinheiro, eu vou conseguir comer, nem sei onde os mendigos cagam e como limpam suas bundas. Vou ter que descobrir, quem sabe perguntando a eles.

E se algum desses matadores de mendigos aparecer para mim, tanto melhor. Não quero mais a vida, não espero mais nada dela, não tenho sonhos, nem desejos. A vida dura muito mais do que precisaria para mim. Já vivi tudo o que deveria ou gostaria. Estou mais do que satisfeito com as experiências que eu já tive, das doces às amaras. Vivo agora a espera da morte e ela me parece desnecessariamente distante. Não é legal viver assim, principalmente quando essa espera é preenchida por afazeres desagradáveis e por sentimentos negativos. Prefiro me livrar do que me desagrada, mesmo que isso leve embora também o que me é aprazível. Não quero nada material, quero ter paz de espírito. Há muito tempo não sei o que é isso. Estou prestes a pedir demissão e com isso não terei mais renda. Não quero ser um estorvo financeiro para os meus pais, por isso a mendicância me parece a única saída. Pelo menos até que eu encontre a saída definitiva.

domingo, 23 de agosto de 2009

EUTANÁSIA PARA TODOS

Eu acho que a eutanásia deveria ser legalizada e se tornar uma opção para todo cidadão maior de idade, não apenas doentes terminais, mas também pessoas saudáveis (fisicamente) que não gostam e não querem mais viver. Eu seria um dos primeiros da fila, pois acredito que a vida não tenha nada mais a me oferecer, nem eu tenho mais nenhuma meta a alcançar. Daqui por diante, para mim, é só decadência física e mental, rotina e o fardo do trabalho. Acho que as pessoas que vivem em eterno sofrimento existencial deveriam poder escolher a morte, já que a vida é uma alternativa ruim para elas. Obviamente, ao solicitar a eutanásia, a pessoa deveria primeiro passar por seis meses de tratamento psiquiátrico ( às vezes medicamentos e terapias fazem milagres). Terminado esse prazo e continuando o desgosto pela vida e a vontade de por um fim à existência, o cidadão seria então morto, por médicos, de forma indolor e seus órgãos doados, o que é um método melhor que qualquer outro modo de suicídio pré-existente, pois elimina o sofrimento físico. O procedimento não seria considerado assassinato, já que foi uma morte consentida e desejada, não imposta. Muitas pessoas que desejam o suicídio, mas não têm coragem de executá-lo por si sós seriam beneficiadas com a legalização da eutanásia. Eu sou um exemplo bastante ilustrativo dessa condição, todas as minhas tentativas de suicídio foram frustradas. Penso agora em comprar um revólver, ou outra arma de fogo qualquer, acho que na feira do troca-troca eu encontro um, daí vou para um lugar mais deserto e dou um tiro na cabeça. O lugar deserto é necessário para que eu não seja socorrido e vire um debilitado mental, paraplégico ou coisa do gênero, afinal há sempre a possibilidade do tiro não me matar, caso eu seja encontrado a tempo. Num lugar deserto posso sangrar até a morte. Mas sem dúvida preferiria a eutanásia. É 100% garantido e 100% sem sofrimento. Ah, não acredito em reencarnação ou em espíritos que sobrevivam à morte. Para mim a eutanásia seria um passaporte de ida para o nada, para o fim do meu eu, sem lembranças ou pensamentos ou consciência. Para mim tudo isso morre com o corpo. Viva à eutanásia!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

DOIDÃO

Eu acredito que certos alimentos entopem as veias, mas não consigo acreditar que possam definir quais alimentos são cancerígenos. Como eles fazem a amostragem desses alimentos, perguntam a quem tem câncer que alimentos eles mais comeram em suas vidas? Se for assim, devem estar montando um belo quadro estatístico de quais são as comidas prediletas da humanidade. Por falar nisso qual deve ser a comida mais consumida no mundo? Eu chuto batatas. Ou café.

Será que se vendessem a picanha sem capa de gordura, chamando de picanha light venderia? Tipo colocaríamos um adesivo bem chamativo dizendo PICANHA LIGHT SEM CAPA DE GORDURA, será que alguém compraria? Porque eu conheço um bando de gente que tira a gordura da picanha quando está comendo.

XXXXX


Tô doidão, ganhei um fininho (mesmo) de um colega. A sensação me pareceu ruim a piori, a meio beque atrás. Agora, estou me sentindo ótimo. Num astral maravilhoso. Gosto até de mim. Curto ter idéias, curto criar, curto escrever e imaginar isto aqui. E imaginar que estou dentro dos seus olhos, prezado leitor. Estou dentro da sua mente, dominando o seu pensamento. Afinal, se você está concentrado nestas mal traçadas linhas em nada mais está. Eu tenho sua atenção. Eu sou você neste exato momento. Eu e você somos um... caso sério – tchup-tchu-ruu – refrão de um bolero. Misto quente, sanduíche de gente. Como eu disse, estou doidão, acho que cheguei ao ápice agora. No ápice, eu me dou muita liberdade.

Estou meio no bode agora, com uma preguiça dos diabos. Pode ser que melhore...


Tô me esbaldando no Bono de chocolate com Coca Light... (tive a idéia da picanha)
Idéia narrativa interessante: pulando as linhas do texto de acordo com o tempo decorrido (três linhas: muito tempo, duas linhas: mais ou menos, um linha: rápido) criamos uma narrativa temporal por sobre a narrativa principal. Estou fazendo este texto enquanto escrevo os outros.

Vou continuar a escrever o do câncer agora. Depois escrevo o da picanha.

Bernardo entrou agora e me mandou um link muito doido do “Sherlock Holmes Investiga o Misterioso Caso do EP do Radiohead”




Bono com Coca são muito bons na larica. Sorvete de delícia de abacaxi com calda de goiaba também.

O bode está batendo, nem quero mais publicar este post. Mas vou tentar acabá-lo e por na net. Tenho que ser transparente. O doidão é uma parte do meu ser que se liberta mais, não tem para que calá-lo.



Hoje tive um dia bom no trabalho. Não noiei pela primeira vez. Será por conta da maconha? Espero que não, porque não tenho onde comprar nem onde fumar. Agora estou levemente noiado com o trabalho de amanhã. Mas não muito. Espero que continue assim. Ou melhore, como foi hoje de manhã.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BUNDAS

Estou virando um tarado. Não consigo deixar de olhar para uma bunda sequer, todas, absolutamente todas as que atravessam o meu caminho são estudadas tão minuciosamente quanto o tempo de interação permite. Quando vejo uma garota com uma ginga no andar ou com um corpo que me parece interessante lá adiante, aperto o passo para observar o espetáculo de perto. É o cúmulo! Mas observar bundinhas é o bicho, pena que a maioria não valha o olhar, diria que 30% estão dentro do meu padrão de qualidade, se muito. 30 % são passáveis, lindas, só umas 5 a 10%. 7% que é meu número da sorte. De qualquer forma, independente das percentagens, olho para todas, é como se houvesse um ímã na região glútea feminina que atrai o meu olhar, mesmo vendo que a mulher é feia e malfeita, não tem como não olhar, é quase um vício, uma reação espontânea, inconsciente, sei lá. Só sei que vejo muitas bundas no meu dia-a-dia.

AMAR CALADO

Deus, se houver, abençoe o inventor da minissaia! É um dos maiores prazeres de um homem solitário como eu. Olhar as coxas e imaginar o que há acima é um passatempo delicioso. Não gosto daquelas que grudam-se nas coxas, quase impedindo a mulher de andar. Gosto das mais soltas, despertam mais minha imaginação. Vejo mais minissaias feitas jeans, a imensa maioria delas, diria 95%, o que é uma pena, gosto mais daquela de pano leve, suscetíveis ao vento e as correntes de ar que o próprio caminhar proporciona. Estas são as mais sensuais, na minha singela opinião. Me agradam a maioria das pernas, não faço muita distinção, o fato de estarem de minissaia me basta (a não ser que sejam horríveis, afinal há coisas que não há minissaia que salve, pobrezinhas), gosto até das gordinhas, não gosto das velhas (não sei porque ousam vestir minissaias), ainda bem que são poucas e esparsas. As minissaias já estiveram mais na moda, o que é uma pena, deveriam voltar com tudo, agora que elas me servem para encher os olhos e animar o espírito, dando uma pitada de sensualidade a minha vida celibatária.

XXXXX

Por falar em minissaias, decidi que vou parar de importunar quem lê e não me ama com meus textos, eles só devem provocar desconforto e não estima. Ela não gosta de mim e não deve gostar que eu fique me declarando por aí. Infelizmente vou guardar tudo de novo dentro de mim, é o melhor que eu faço. Para ela. Para mim, as declarações eram como um desabafo, um extravasamento das emoções reprimidas. Não mais. O que quer que eu sinta Por ela ficará trancado dentro de mim. Se ela quiser saber do meu coração e de todas as maravilhas que ele tem guardadas para ela, vai ter que me buscar. Eu sei que ela não vai fazer isso. Como sei que é melhor calar. Então está feito, este é o último post em que falo de quem lê e não me ama. Vou apagar o outro blog que era somente para ela.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

DIA

Incrível, mas ainda não recuperei a minha confiança no trabalho. Que Ozzy. Meu pai chegou e não está muito bem, está com as mãos trêmulas. Acho que ele se foca muito no lado negativo das coisas, vê tudo pela ótica mais nefasta, um pessimista nato, o que atrapalha, e muito, a sua vida e recuperação. Comprei uma edição de colecionador de Boy do U2, com um disco bônus com takes diferentes de algumas canções e músicas inéditas. Legal. Valeu o investimento. Entro toda vez que ligo o computador no MSN pra ver se quem não lê e não me ama está. Entro só por isso, mesmo que em caso positivo eu nem fale com ela. Besteiras de uma paixão. Estou animado com a possibilidade de meu irmão trazer os jogos de Wii pra mim. Um dos meus maiores prazeres hoje em dia é elaborar a lista de games. Tomei um petit gateau da Gelateria Parmalat. É muito delicioso, sublime. Sempre que puder vou tomar, mas não numa freqüência que vulgarize a experiência. Provavelmente verei Joyce amanhã, o que é bom. Estou com saudades dela. É isso. Por hoje é só, pessoal.

domingo, 26 de julho de 2009

TIDBITS

Achei o novo de Caetano, Zii e Zie, bem mais fraco que o Cê. É uma extrapolação, exagero, do conceito de Cê. Os arranjos ficaram simples demais, repetitivos demais. As músicas, em sua maioria soam amelódicas, pois o arranjo é amelódico. Falta o senso de humor de Cê, o alto astral, que combinavam com a mistura de MPB e rock. Há em algumas músicas uns falsetes forçados, caricatos, as letras estão menos inspiradas. Mas há alguns destaques, como Lapa, Perdeu (que é emblemática da estética do disco, tanto que é a primeira, mas que funciona, na minha opinião) e Ingenuidade. Duas que não suporto são Guatânamo e Lobão Tem Razão. Se fosse dar uma nota, seria 5,5 de 10.

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Estou numa expectativa para comprar meus novos jogos de Wii (e o meu novo Wii). É gostoso esse sentimento, a espera de ganhar um presente muito desejado, mesmo que dado por mim mesmo. Difícil está sendo filtrar entre os tantos que eu quero apenas cinco para Paulo trazer (devido a cota de US$ 500,00 que ele tem direito de trazer), já que só o novo Wii já custa US$ 250,00. Little King’s Story é um deles, com certeza. New Super Mario Bros. Wii é outro. Os outros três é que estão pegando.

XXXXX

Será que quem lê e não me ama se enquadraria nas características que eu espero do alguém com quem quero repartir a minha vida (vide post anterior)? Não sei. Acho que se eu saísse para as farras dela ou pelo menos se eu não a impedisse de sair, ela também tentaria curtir o meu lado. De repente sou caseiro demais pra ela e Candeias longe demais da vida que ela tão ardorosamente vive. Ainda por cima eu serei (e sou) liso demais para que ela, ou nós, consigamos sair para os lugares aos quais está acostumada a ir. É, tudo leva a impossibilidade desse amor. Ela teria que me amar muito para trocar a vida que leva por minha companhia. Muito difícil. Quem sabe desse pra conciliar as duas coisas? No fim de semana iríamos para as Ubaias para visitar nossas respectivas famílias e para estarmos perto dos nossos ciclos sociais. É uma. Sonho bobo.

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Acho que estou ficando velho. Não estou achando ruim passar meu fim-de-semana vendo Telecine e as novelas, bebendo Coca Light e fumando Derby, tirando cochilos aqui e ali, ouvindo músicas, escrevendo no blog e vendo sites e revistas de videogame. É o mesmo que fazer nada, mas não tem me incomodado. Acho que vou agüentar sem problemas os seis meses sem beber ou fumar unzinho. Graças. Viva à velhice! :)

sábado, 25 de julho de 2009

SONHOS

Sábado morgado, passei o dia vendo TV, bebendo coca light e fumando cigarro. Comprei o disco novo de Caetano, Zii e Zie (estou ouvindo agora), uma revista de videogame e comi um petit gateau da Gelateria Parmalat com o dinheiro que recebi para as passagens de ônibus. Foi bom, fazia tempo que não comprava nada pra mim porque não tinha dinheiro, não tinha fonte de renda. Por falar em trabalho ainda estou meio noiado com o trabalho, coisa chata essa nóia. Tenho falado com Joyce com uma freqüência muito maior, o que é saudável pra mim. Queria poder morar com ela de novo. Sonho distante, difícil de alcançar pelo presente e pelo passado. Vamos ver o que o futuro nos reserva. Espero que reserve a ela tudo o que ela espera. Ela merece. Tenho também pensado muito, como sempre, em quem lê e não me ama. Descobri um jeito de pensar nela e amá-la um pouco menos, tirando-a um pouco do pedestal, é só lembrar das imagens em que não acho ela linda (existem algumas). É simples. Mas nem sempre consigo, às vezes, muitas vezes, vem a pessoa mais linda do meu mundo à minha mente e coração. Tô achando o disco de Caetano com os arranjos simples, básicos demais, a guitarra sempre muito aparente, o que torna o disco um pouco repetitivo. Arranjos amelódicos, eu diria, tendo a guitarra como centro. Mas é a segunda vez que ouço, ainda não entrou na minha alma.

Estou escrevendo aqui de novo a pedido do meu amado irmão. Ao qual vou pedir pra trazer dos states um novo Nintendo Wii e 5 novos jogos! Meu primeiro salário será pra isso, se Deus quiser! Espero me adaptar ao trabalho novamente e seguir minha vida nele até me aposentar. Esse é o maior sonho da minha vida. Maior do que conquistar quem lê e não me ama. Estabilidade profissional é o que mais quero na vida. O terceiro maior sonho é comprar o apartamento que vivi em Candeias e ter uma lambreta para ir pro trabalho quando este se mudar para a Imbiribeira. Aí, sonhando demais, queria morar lá com alguém que me atraísse e me desejasse também e que fosse uma ótima companheira, que jogasse videogame e fumasse unzinho. Ah, sonho também em nunca mais ter depressão. E não passar por necessidades. Pronto, acho que estes são os meus sonhos. Ah, esqueci de um: não ter nenhuma doença dolorosa ou que cause muito sofrimento de qualquer outra forma. Eu poderia morrer baleado na cabeça, sei lá.
Tenho ido dormir cedo, geralmente depois da novela das oito. Sei lá mais o que escrever.

domingo, 28 de junho de 2009

LEMBREI!

Pensei que tinha perdido este blog, os eletrochoques me fizeram esquecer o login e não tinha jeito de eu me lembrar. A sorte foi que meu irmão me pediu para eu enviar para ele umas canções e aí o título de uma delas era justamente o login. Não que a ficha tenha me caído de pronto. Só foi me cair no dia seguinte (hoje), por isso este post.

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Fui comprar uma coca e dois Derby no posto aqui perto e, na volta, presenciei o diálogo entre dois motoqueiros, um deles de Olinda. Aí outra ficha me caiu, acho que os olindenses têm um sotaque levemente diferente, levemente mais cantado que o dos recifenses. Acho até mais bonito.

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Resolvi criar um outro blog só para falar do grande amor da minha vida única e exclusivamente para quem lê e não me ama. Está ridículo e repetitivo, bobo, mas também servindo para aliviar meu coração da enormidade de sentimentos guardados. Acho que ela nem lê e, se ela não lê, ninguém lê.

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Em vez do novo emprego, voltei para o antigo. Meu coração estava lá. Vou começar quando comprarem um computador pra mim, o que deve ocorrer ainda esta semana. Ainda estou inseguro em relação à minha criatividade, o que é um grande saco. Espero conseguir desenrolar legal depois que desenferrujar (faz meses que não crio nada publicitário [e não, os textos esclusivos para quem lê e não me ama não contam, até porque seriam a prova da minha incompoetência!]).

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Eu gosto mais deste blog do que do novo, o exclusivo. Não sei se porque eu acho que ela não lê. Não sei se porque o conteúdo me é muito constrangedor e ridículo.

domingo, 7 de junho de 2009

Eu estou com medo e eu odeio ter medo. Estou com medo de minha criatividade não voltar, estou com medo de não conseguir me dar bem no novo emprego, se é que o emprego vai rolar. Minha memória está tão ruim que eu esqueci onde fica o novo emprego. Sei que é em Boa Viagem, mas não sei como chegar lá, em que altura. Estou achando Bia mais feia, será que é minha paixão se esvaindo? Depois de nove anos, já não era sem tempo. Ela sempre me achou um zero à esquerda mesmo. Saco como estou com sentimentos ruins. Não devia ter bebido ontem, mesmo que pouco. Queria me apaixonar por alguém que retribuísse o sentimento. Será que é pedir demais? Deve ser. Tenho que me dar bem nesse trabalho, preciso de um trabalho, mas não estou botando muita fé nesse trabalho, não sei se tenho criatividade para bolar eventos, nunca fiz isso ou se fiz, fiz muito pouco. Sinto falta de Joyce. Vi fotos dela hoje e me bateu uma saudade enorme. Um dia ruim, de mal comigo. Minha memória está péssima, estou esquecendo coisas importantes por conta desses choques. Esqueci o nome da filha de Xanda, esqueci se tinha refrigerador em casa, como já disse, esqueci o endereço do trabalho, isso fora as coisas que não me lembro que esqueci. Agora é gostoso quando a anestesia vai fazendo efeito, dá um gosto estranho na boca, algo como alho e depois a consciência vai evanescendo.

domingo, 31 de maio de 2009

Um olhar que não me pertence
Tenso foge de mim
Um olhar e um coração
Juntos como dois irmãos
Em uma só alma
Amo quem não pode ser
Por causa do destino
Desatino o menino
Continua a sonhar
Sonhos de verão
Sonhos de entardecer
Todas as tardes do mundo
Mudo mas sem calar
Ele espera a maré mudar
Muda ela permanece
Embora morra na boca o não
Aflição e ironia
Juventude tardia que faz no meu peito botão
De flor de amor de calor de humor
De tanto amar, de tudo de bom
Um sonho nunca é sonhado em vão
E, por um vão, sei que há de entrar e se aninhar
Suave e intruso em seu coração.

XXXXX

Depois dos ECTs (estou no segundo e farei o terceiro amanhã) tem me dado uma agonia, uma inquietação, uma impaciência. Não é tão grave/incômodo/doloroso quanto a angústia que vinha sentindo, mas também não é prazeroso. A. disse que isso passa. Graças.
Estou com medo do meu novo emprego (se é que vai rolar mesmo), de não ser capaz de fazer o que me será exigido lá. Espero que seja uma insegurança infundada. A., novamente ele, achou a minha preocupação normal. A. tem sido muito legal comigo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ECT, EUFRÁSIO, MEDO E PERFIL

Faz meia hora que voltei da minha primeira sessão de ECT. Além de uma leve dor de cabeça não sinto grandes alterações. Pra mim, foi tudo muito rápido. O anestesista aplicou a injeção, disse que eu ia sentir um gosto estranho na boca (o que de fato instantaneamente aconteceu) e logo depois minha vista começou a turvar-se. Depois disso, só me lembro de acordar já com mamãe e Alfredo na sala. Estou confiante no tratamento e fui com a cara da doutora. Pensei que a dor de cabeça (para a qual já estava preparado, pois li num e-book que Alfredo arrumou) seria maior. Tenho outra sessão na quarta. Espero que tudo dê certo. Eu acho que mereço. Chega de inferno existencial. Até acho que já estou melhor (mas deve ser psicológico).

XXXXX

Fui no sábado para um show no Eufrásio Barbosa organizado por um amigo meu. O Eufrásio é grande e ficou lotado, logo, deu supercerto. Menos pra mim, pois me bateu um bode triste, vomitei pra caramba. Vi mulheres bonitas, mas nenhuma que me fizesse pensar “é essa”. E mesmo se houvesse eu não saberia, nem estava em condições, de me chegar. Encontrei muita gente conhecida lá, mas interagi pouco por causa do enjôo, o que pra mim foi um grande desperdício, pois é raro eu ter oportunidades como essa de encontrá-los.

A coisa mais marcante da noite foram os comentários elogiosos de Aninha, com quem nem tenho muita intimidade, a meu respeito. Fiquei superlisonjeado que ela ainda se lembrasse de nossa conversa anos atrás em Garanhuns e de tê-la achado tão marcante, a ponto de me dizer que eu era um cara do caralho. Foi ótimo ouvir esse elogio nesses tempos em que não me acho nada do caralho.

XXXXX

Uma coisa que me assusta é como eu sou defasado em relação a outras pessoas. Principalmente profissionalmente. Nunca passei por grandes agências, nem nunca busquei isso. Não construí um nome dentro do meio, coisa que na minha idade eu já deveria ter. Nem portfólio eu tenho. Não sei mexer no Illustrator, o programa que se tornou padrão nas agências. Estacionei no Corel, que hoje é considerado ultrapassado (mas que a mim me serve muito bem).

Além disso, não dirijo e voltei a morar na casa dos meus pais. Duas coisas péssimas pra quem quer ter uma namorada. E, mesmo que dirigisse, nunca ganhei o suficiente pra ter e manter um carro.

Meus irmãos, em contrapartida, estão com a vida superorganizada, estudando e trabalhando no exterior, superqualificados, casados (ou quase), felizes. Ainda bem, prefiro que eu esteja na merda do que eles. Dói menos (mesmo que ainda assim doa pra caramba).

XXXXX

Pra não perder o hábito:
O que sei dela? Que é uma atéia convicta, que é tímida com quem não conhece, que é bagunçada, meio desastrada, gosta de argumentar, gosta de escrever, que faz Jornalismo, que parou de comer carne vermelha e de galinha, que, ao contrário de mim, sabe guardar as coisas pra si, que é discreta, que tem um monte de amigas fidelíssimas, que é linda como o sol, que é delicada e feminina, que é generosa, bondosa e ética, que não quer ser minha, que gosta de sair, de dançar, de viver. Não sei mais.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

“ALMA-GÊMEA É COMO PEIXE: VÁ PESCAR.”

O título é um conselho do meu irmão que não se conforma com a minha paixão por quem lê e não me ama. Não entende como depois de tantos foras eu ainda não parti pra outra. A questão não é partir pra outra é outra chegar e me arrebatar. E, como já disse em posts anteriores, eu não sei pescar.

Concordo porém que não exista esse negócio de alma-gêmea, a gente é que constrói a relação se adequando as perfeições e imperfeições do outro. O problema é que eu queria construir com ela. E, repito, não sei por que ela. Pode ser que uma outra mulher apareça na minha vida e que nos apaixonemos. Não descarto isso. Espero até por isso. Mas enquanto isso não acontece, meu coração é dela, não tem jeito, nem explicação. As escolhas do coração não se explicam. Será que a amo pela impossibilidade? Para não precisar nunca assumir uma nova relação? Será que a amo por ser a mais difícil de todas e, assim, ser o prêmio, a conquista máxima? Será que a amo pelo que ela é? Pelo seu jeito de levar a vida, por sua beleza radiante e tão única? Será que eu a amo porque amo a família dela? Quem sabe? Eu não. Sei decerto que ela não é minha alma-gêmea, nunca achei isso, sei que haveria várias arestas a aparar, sei da liberdade que ela precisa muito mais do que eu, sei da diferença de idade, sei do grau de parentesco, sei de inúmeros pontos pelos quais ela não será nunca minha alma-gêmea. Mas por outro lado, como almas-gêmeas são construídas, não existem prontas, acho que faríamos um ótimo par, seríamos um casal alegre, feliz, de alto-astral, como fomos um dia eu e Joyce, só que de uma nova maneira. Acho que riríamos bastante um com o outro. Bah, a família dela nunca aceitaria a relação. Tio B. ficaria uma arara só de ler esse texto. Quem iria querer a filha com um doido? Ainda mais primo? Sabendo de todos os meus vacilos? É, a parada não é nada fácil. Além do mais importante: ela não gosta de mim. Nem considera a possibilidade. Não consegue nem imaginar a situação.

Deveria eu partir pra outra? Sem dúvida. Mas eu não sei fazer isso. Aliás, sei. Preciso sair mais. E mudar de atitude, ser confiante, incorporar o conquistador, parar de ter medo de mulher, de me achar um bosta sem nenhum atrativo, acreditar no meu taco.

Tá fácil, seria como me virar ao avesso, me reinventar, me transmutar, melhor dizendo. Uma metamorfose difícil de operar. Acho que só com muitos anos de terapia pra algo assim acontecer. O que eu queria que acontecesse (além da opção 1, obviamente) era que alguém legal e bonita cruzasse o meu caminho, me achasse interessante e estivesse disposta a conversar bastante, até eu perder a pulha, até eu me aclimatar com a situação, até eu ter coragem de partir para o contato físico. Acho que precisaria de mais de um encontro. Não é impossível. Só improvável.

O que vai acontecer? Qual das opções? Não sei. Só sei que a mais difícil é a qual mais me dedico, com essas palavras idiotas.

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Ouvindo Belle & Sebastian, The Boy With The Arab Strap.

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Irmão, prometo sair mais quando esses tratamentos passarem (ou amenizarem) e eu voltar a receber salário. Não se preocupe que minha paixão não me impede de olhar em outras direções. E também não estou completamente cego em relação à impossibilidade de minha paixão se concretizar. Eu só não consigo aceitar isso, porque acho o que eu sinto belo e virtuoso, não uma aberração. Em suma, não vou perder a oportunidade de partir pra outra, se essa oportunidade – ou essa outra – aparecer. Meu coração não está fechado, só existe alguém o ocupando nesse exato momento (que pode não ser o próximo). A vida é cheia de surpresas, pode ser que a minha ainda me reserve algumas. ;)

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Vixe, cansei de falar desse assunto, chega me deu um certo enfado de quem lê e não me ama. Bem o que você queria, né, irmão?

XXXXX

Continuo sem libido. Vou falar com a médica.

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Nenhum contato da moça do trabalho ainda.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

JOYCE

Um furacão que virou minha vida ao desavesso. Nos fez um lar. Um monte de confusão. Linda. Explosiva. Expansiva. Apaixonante. Às vezes triste. Sempre arruma um jeitinho. E tem um jeitinho que é só seu, que só ela sabe dar. Brigona. Voluntariosa. Charmosa. Deliciosa. Amiga pra todas as horas. Maníaca por higiene bucal. Criançona. Engraçada. Organizada e organizadora. Econômica. Sentimental. Melodramática. Agoniada. Elétrica. Excelente fazedora de amizades. Quer fazer moda e adora inventar moda. Quando é não, é não mesmo, não tem conversa. Quando é sim, é uma maravilha. Não tem talvez. Inesquecível.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

DO PERDÃO

Hoje, aqui no vizinho, veio uma moça Hare Krishna (é assim que escreve?) para preparar comida vegetariana. Uma figura muito peculiar, como é possível imaginar, e muito simpática. Disse que foi amiga de infância de Chico Science (o “Chiquinho), dentre muitas outras histórias. O que mais me impressionou, no entanto, foi a dicção dela, era possível ouvir o “i” de manteiga e os erres de cada infinitivo. Diga aí.

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Fui perdoado e desde então meu coração desfruta de uma nova e reconfortante paz. Estou mais leve, bem mais leve, como há muito tempo não me sentia. Muito tempo mesmo. Anos. Ainda bem que tive coragem de pedir perdão (o que não foi nada fácil). Hesitei muito antes de dar o enter no MSN. Claro que não foi ao vivo. Nunca teria coragem ao vivo.

Me sinto grato, muito grato a você.

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Há um perdão que nunca receberei e que sempre vai pesar sobre mim: o de V. O que eu fiz com ela foi desamor, da maneira mais cruel e mesquinha. Mesmo havendo a hipótese eu não mereceria este perdão, pois eu mesmo não me perdôo pelo que fiz. Pelo menos me serviu de dura lição, para nunca mais repetir algo tão venal a alguém que me ame. É mais justo por um fim a chegar ao ponto de trair. Fui covarde, covarde. E acabei tornando mais negra e sombria uma alma que era só luz e pureza, que era só sim. E que só me queria bem. É muito doloroso fazer mal a alguém que só lhe quer bem, alguém que se dedica de corpo e alma a você. A última pessoa a merecer um mal meu. E eu o fiz. Por isso não me perdôo. Por isso não tem perdão. Deixar uma alma mais feia é algo muito feio de se fazer.

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Por outro lado, acho que perdôo com facilidade, acho que sei me colocar no lugar das pessoas.

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Perdoar é tirar de si um ranço, uma mácula, um peso. Perdoar é dar mais uma chance, dar mais um tempo, é se dar mais uma vez. Perdoar é como uma faxina da alma, onde varrem-se mágoas, limpam-se rancores e deixa-se tudo pronto pra outra (na espera que outra nunca venha, pelo menos não da mesma direção). Perdoar é resgatar a confiança, é por fim a conflitos. Perdoar quase sempre é difícil, mas também quase sempre necessário. Perdoar deixa a alma mais leve. Quase tudo é perdoável. Infelizmente quase.

terça-feira, 19 de maio de 2009

NOVA LEITORA, VELHOS ASSUNTOS

Descobri mais uma leitora! :D

E pensar que ela lê estas mal digitadas linhas dá um misto de vergonha e orgulho.

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Hoje passei a tarde a um cômodo de distância de quem lê e não me ama. Foi bom sentir que ela estava ali por perto, que poderia estar ouvindo minha voz nas conversas com T. e N. A vi de relance, na confortável poltrona da sala, hesitando entre ler um livro e ver um seriado na TV (acho que o seriado estava ganhando). Foi o suficiente pra ganhar meu dia.

Achei o novo Orkut dela. Coloquei a seguinte mensagem: "infelizmente, te achei. :)"

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Nenhum contato ainda da moça do meu novo trabalho. Apreensão.

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Do que eu tenho mais medo nos dias de hoje? De desemprego e de solidão. E de ter um problema de saúde e ter que ser atendido pelo SUS.

A vida sozinho me dá liberdade demais, privacidade demais, tédio demais, o que inevitavelmente me leva às coisas ruins. Além do mais a casa vazia parece ecoar uma certa tristeza, um silêncio melancólico. Não me dou bem só comigo mesmo, é preciso mais alguém, alguém que me tire de mim e me mostre outras coisas, traga outras coisas, para que cada volta ao lar seja de alguma maneira uma experiência diferente. Por enquanto vou viver com meu pai, pois é mais perto do putativo trabalho (e porque minha mãe quer um tempo de mim). Depois, não sei. Começo a acreditar que vou ficar solteiro pro resto da vida. Coincidências como Joyce não acontecem duas vezes para uma mesma pessoa e não sou de nem sei ir à caça. Quem lê e não me ama vai continuar assim, a não ser por um milagre. Então, a temporada na casa do meu pai promete ser loooonga. Isso se ele ou a esposa não implicarem comigo, aí vou ficar num mato sem cachorro, dependendo de qual seja o meu salário (que ainda não me foi comunicado).

Não queria ser eternamente só, mas também não queria ser mal acompanhado. Queria ter alguém do bem que me quisesse bem e eu a ela e que, de preferência, fosse gatíssima, pois reparo muito nessa coisa da estética. ...Tá fácil eu conseguir tudo isso... ah, a solidão que me espera. Saco.

Ah, como pude esquecer: tenho medo de piorar do juízo de novo. Muito medo.

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Não sei por que, mas acho que vou conseguir envelhecer nesse trabalho. Quero muito ter estabilidade profissional e acredito que nessa firma vou ter. Tenho que me dar de bem, tenho que conseguir fazer o que esperam de mim (que nem sei bem o que é). Espero não queimar minha língua nesse caso.

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Escrevo tanto neste blog por pura falta do que fazer. E também porque é o que mais gosto de fazer.

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Ela foi descer com o cachorro ainda agorinha e falou comigo! Agora, ganhei a noite também! :D

segunda-feira, 18 de maio de 2009

COMO DESAMAR?

Lisonjeada. Em vez de constrangida. Era o que eu queria que ela ficasse ao ler o meu blog.

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Por que não desisto deste amor supostamente platônico (supostamente porque pra mim ele é bem real e possível)? Como é que se desiste de um amor que eu não sei? Como desamar? Se eu ainda guardo um pouco de amor, um pouco de afeto, um pouco de tesão por cada mulher que amei? Como desamar então? Meu coração não sabe, eu não sei. Por que ela? Porque ela sempre me encantou, desde menina e, desde menina, teve um momento em que alguma coisa deu um clique, um estalo e desde então, estou assim estalado. Ela nem fala mais comigo. Nem me dá mais oi. O abismo entre nós está cada dia mais imenso. E eu continuo cavando através dessas palavras. Mas como parar de escrever se é só através das palavras que consigo amá-la? Pelo menos isso nós temos em comum, amamos as palavras. Embora ela seja mais seletiva em relação às dela e eu saia escrevendo tudo que me jorra da mente e do peito afora.

Como esquecer o que quer se fazer lembrado? Como desistir se ainda há fé na luta? Como abrir mão da coisa mais bonita que carrego? Como apagar de dentro de mim algo que parece que sempre esteve presente? Eu não sei. E pra falar a verdade, nem quero saber.

TIDBITS II

O casamento mencionado no post anterior foi o bicho. Encontrei com várias pessoas amadas e conhecidas que não via há séculos, coloquei o papo em dia um pouquinho com cada uma. As mulheres estavam lindas, em especial Maria. Conheci o filho de uma amiga que tinha uma curiosa fixação por seios e sempre que estava no colo da mãe, enfiava a mão vestido a dentro para pegar-lhe o peito. A certa altura da festa sentei-me ao lado de quem lê e não me ama (que obviamente estava esplendorosa em seu vestido cor de sangue) e nossas mãos mais de uma vez quase se tocaram quando eu ia cinzar o meu cigarro. Um ímã impelia minha mão a fazer o contato, mas meu autocontrole falou mais alto. Graças. Ela ficou virada para o outro lado e não me dirigiu um olhar ou palavra sequer. Pelo menos sentou ao meu lado, o que foi suficiente para me deixar extasiado.

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Concordo com o que o psiquiatra José Carlos Escobar disse no rádio: em vez da maconha é melhor utilizar os recursos do Estado para combater a mais avassaladora das drogas, o crack. Ele defendeu também que a maconha não é necessariamente porta de entrada para outras drogas e que o álcool está muito mais relacionado com a dependência de crack que a nossa querida erva. Ressaltou ainda que em vários países do mundo vem-se adotando uma política de tolerância em relação à cannabis e que o Brasil não deveria ficar atrás.

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Fiz uma entrevista de emprego hoje. 80% de chance de eu ficar, segundo a dona. É um pouco fora da minha praia, o que me deixa apreensivo, mas acho que consigo desenrolar. Ainda não sei valores, mas, se tudo der certo, começo primeiro de julho. Torçam por mim.

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Eu fico só querendo expor meus sentimentos por ela aqui, o que é uma mania chata. Eu já nem tenho formas outras de dizer o que já foi dito e redito tantas vezes, mas mesmo assim, o fato de saber que ela vai ler, desse blog ser um elo entre mim e ela, me motiva. Isso é um saco pros outros dois leitores, bem sei. Mas eu gosto de fazê-lo porque me alivia o peito da pressão desse querer enorme (embora saiba que isso me distancie ainda mais dela na vida real, posto que a deixa ainda mais empulhada com a minha presença). Fico procurando palavras bonitas, palavras-passarinho, palavras-colibri, alguma forma de descrevê-la como a vejo, linda, linda. Alguém com uma alma boa, limpa, apesar de abusadinha. Alguém que pode ser uma grande amiga, como eu sei que o é pra outras gentes. Alguém que tem poesia no olhar e no viver. Poesia, essa é a melhor definição dela pra mim. Toda você é poesia, meu amor.

Ei e o nome deste blog é As Cartas de Amor, então escrever essas baboseiras tá totalmente dentro do contexto!!!!!

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Estou me sentindo distante do meu primo mais próximo. Isso não é bom e nem sei por que se dá. Sei apenas que percebo o distanciamento nas nossas conversas e isso me incomoda.

sábado, 16 de maio de 2009

SE REDUNDO, CONSISTO

Redundância é um defeito, mas, por outro lado também, é uma prova de consistência das idéias-sonho que tenho. É prova também de que falta-me algum tipo de renovação, de novos ares, de novos acontecimentos. Hoje, vai ter um evento que talvez traga um novo alento a estas bandas. Um casamento ao qual irei de semi-penetra (existe semi-penetra, sim, eu não fui convidado, mas disse ao irmão da noiva – que é meu grande amigo – que iria). Espero trazer novas notícias deste acontecimento.

Pelo menos estou remoendo menos minha depressão, o que significa que ela está ficando pra trás, graças!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

TIDBITS I

Hoje fuleirei na dieta. Um Big Tasty (nem gostei do sanduba, péssima pedida), uma coca e uma batata médias. Buuuuum.

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Desculpem-me meus 3 leitores pelos tópicos redundantes sobre amor, mas, admitamos, não há como não ser redundante sobre este tema.

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Pobre de quem lê e não me ama. Carregar junto comigo este carma. Era tão bom que ela nem ligasse, mas eu acho que há um incômodo em sua alma por causa de mim. Melhor seria haver um cômodo! Hahahahahaha.

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Minhas mãos estão tremendo. Cafeína e nicotina demais, creio.

XXXXX

Os preços do cigarro estão um absurdo. Sacanagem impedir o pobre de fumar, ele já tem tão pouco pra se contentar.

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Continuo com medo do meu futuro profissional. De não dar conta do recado. Eu nem quero mais dominar o mundo democraticamente. Botei os pés no chão. Quero apenas levar uma vida honesta e decente, sem muitas privações. E, de preferência, com alguém para amar/repartir. Chega de sonhos megalomaníacos, quero o simples, o aqui e o agora, sendo produtivo e tendo um tempo pra curtir a vida. Quero minha doença sobre controle também. Sem dúvida desejo muito isso. Quase todas as encruzilhadas em que meti foram por culpa dela. Chega. Já me atingiu, destruiu, massacrou demais. Preciso de um tempo, um longo tempo longe dessas sensações daninhas.

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Ganhei uma camisa da Nike irada daquela do aniversário de 2 posts atrás. Dry Fit e tudo o mais. Mó chinfra.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

QUE NOJO, NUNCA ESQUEÇO

Nunca esqueço o que minha tia disse quando lhe revelei, lá nas Alagoas, meus sentimentos em meio a garrafas de vinho muitos anos atrás: “o que não faltam na família são casos de primo com prima, casados e com filhos até, não esquente com isso, não”. E então, pra cortar o meu barato, me vem à cabeça aquela frase de quem lê e não me ama: “que nojo”. E aí volto à impossibilidade.

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Que nojo, que nojo... pode o amor ser nojento ou como diz o poeta toda forma de amor vale a pena, toda forma de amor vale amar? Excluindo a pedofilia, que nem sei se é forma de amor, eu concordo com o poeta.

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Que nojo, que nojo... eu devo ser realmente muito nojento aos olhos dela. E eu até entendo, ainda mais depois de tudo o que posto aqui. Mas esse é o meu espaço. O espaço mais meu que possuo e nele me dou completa liberdade de ser o que sou e o que quero ser. É o meu espaço de sonhar, reclamar, chorar, sofrer, sorrir. Sei que a vida é que deveria ser esse espaço e é. Isto é minha vida transformada em palavras. (Novamente sendo redundante).

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As palavras da minha tia não me saem da cabeça. Mas em que elas ajudam no meu caso, se o fator principal da rejeição não é esse e sim, que eu simplesmente não faço o tipo dela? Sou muito velho, muito enrolado, muito gordo, muito sem juventude, muito nada a ver (como provavelmente ela colocaria).

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Que nojo, que nojo... tão nojento ao ponto de não merecer nem a consideração de uma chance, bem sei.

Será que o tempo ficará um dia do meu lado? Ah, o tempo... tão doce quanto traiçoeiro.

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Que nojo, que nojo, infelizmente, apesar da sua torcida, titia.

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Miou a dieta do post anterior, pois acabei jantando na comemoração do aniversário da pessoa citada no post anterior (a da história da putativa lésbica). Aliás, pensando bem, a dieta era uma agressão ao meu organismo mesmo, melhor comer pouco, mas comer todo dia.

Acho que estou tomando café demais, pois todo dia agora fico enjoado.

Hoje comi: à tarde uma fatia da torta que sobrou do aniversário daquela do post anterior e agora à noite uma saladinha. Será que isso emagrece?

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Um milhão e trezentas mil famílias recebendo de forma irregular o Bolsa Família. Das quais 110 mil compraram carros e até caminhões novos no último ano. E o pior: 60 mil políticos também recebendo o bendito benefício. Estou chocado. Não imaginei que a falta de civilidade e de escrúpulos tomasse proporções tão dantescas em nosso país. Que nojo, que nojo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CARTAS DE AMOR ILUDIDO

Estou meio enjoado. Acho que foram cafés e coca-cola zero demais. Não comi nada hoje. Perder 20 kg. Acho que consigo passar 2 dias sem comer. No terceiro como e passo mais 2 dias sem comer. Será que funciona? Será que consigo fazer isso sem despertar suspeitas em mamãe? Ela não aprovaria a dieta, por achar radical demais, creio.

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Estou muito emocional, querendo falar de amor. Deve ser carência ou minha libido voltando.

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O amor desgasta quando se desgasta.

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O amor dos primeiros dias, aquele mais doce e inebriante não sobrevive muito, nem poderia, senão seríamos eternamente incapazes de viver o resto. O amor dos primeiros dias consome muito porque nos entregamos muito a ele. É preciso algo mais para seguir em frente quando o amor dos primeiros dias evanesce, admiração mútua e cumplicidade, no mínimo. Seria bom tesão mútuo também. De qualquer forma, o amor dos primeiros dias é o maior barato de todos. (Começo a ficar redundante...)

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O ciúme é o pior efeito colateral, o veneno do amor. É como ácido que corrói a alma. Graças à experiência, cada vez menos sofro desse mal tão desnecessário e infundado, na maioria dos casos. Os casos em que o ciúme é válido e justificado são casos perdidos. Não consigo crer que quem gosta de fazer ciúme goste mesmo da outra pessoa, afinal, quem ama não quer fazer o outro sofrer. Pelo contrário.

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Tomei mais coca zero e fumei 2 cigarros e o enjôo bateu de novo.

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Eu tenho medo, receio, vergonha de quem lê e não me ama. É como se diante dela eu diminuísse, virasse um menino bobo e indefeso, trocando os pés pelas mãos. Ela é tão enorme e resplandecente dentro de mim que me ofusca, me empurra para um canto, encolhido.

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Com a outra pessoa que lê e me ama de um jeito diferente do meu, não sinto isso. Nossa intimidade não se dissipou com o fim do relacionamento. E isso é bom, virtuoso e saudável. Pros dois, acho. Acho que pra mim ainda não caiu a ficha que somos só amigos. Mas está caindo.

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Ouvi agora uma história de amor impossível de uma putativa lésbica por uma mulher bem casada (e totalmente hetero) (amor este declarado através dos presentes dados pela primeira a guisa do aniversário da outra) e me lembrei da impossibilidade do meu amor. Até pelo comentário de quem lê e não me ama sobre a história: “que nojo”. Deve pensar assim também do meu amor. E eu fico pensando na coragem que a putativa lésbica teve que acumular para ultrapassar o ridículo do seu ato e dar voz ao seu amor. Mesmo ante a impossibilidade o amor falou mais alto e fez a putativa lésbica cometer o desatino de se declarar. Sei bem o que é isso. Sei do pesado ridículo, sei da força do amor para sair debaixo desse peso e se manifestar. Sei também do alívio de soltar algo tão imenso de dentro do peito. A alma é tomada por uma leveza imensa, porém momentânea, pois cedo ou tarde o peso do ridículo novamente pousa sobre o sentimento liberto.

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Sem dúvida fui e sou o primeiro a amá-la. Será que serei também o último? Ai, ai, vida dos desencontros.

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Será que perdendo 20 kg me torno mais atraente para alguém? Espero que sim. Vou deixar meu cabelo crescer até o tamanho do de Bono em Rattle & Hum, dessa vez não vou desistir. Já começam a ficar brancos e quero antes de me tornar grisalho. Não sei se com isso vou ficar mais atraente para os outros, mas vou realizar um sonho de infância. Não deve ficar muito ridículo, dizem que meu cabelo é bom. Está decidido.

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Será que alguém jamais será capaz de vê-la mais bela que eu? Acho tão difícil...

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É incrível como tudo sobre o amor já foi dito antes e melhor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

INTUIÇÃO FEMININA

Minha intuição feminina funcionou! Lá-lá-lá lá-lá lá :)))))))))

Indescritível como um sim pode me deixar tão feliz. A você que lê e não me ama, eu sou isso que é escrito aqui. O melhor e o pior de mim estão nessas palavras, tudo que se passa nesse ser que sou. Se você lê, me conhece intimamente.

PRECISO

Preciso perder 20 kg

Preciso de um emprego

Preciso de alguém para construir um lar

Preciso sair mais

Preciso voltar a tomar minhas biritas

Preciso ser feliz honestamente

Preciso dela

Preciso de um Wii funcionando

Não preciso de um laptop

Não preciso de tristeza

Não preciso de solidão

Não preciso de apatia

Preciso mas não quero fazer exercício

Preciso mas não quero parar de fumar

Preciso mas não quero esquecê-la

AMIZADE, AMOR E SEXO

Eu achava que o amor era uma amizade regada a sexo. Mudei de idéia. Eu posso fazer sexo com uma amiga sem necessariamente estar apaixonado por ela, sem amá-la. O amor vai além do afeto entre amigos, há um encantamento, um deslumbramento pelo outro que na amizade não existe. Há também um carinho, um se dar que precede e procede o sexo. O amor é um sentimento mais completo, o mais completo, ele engloba e transcende a amizade e requer um contato físico que vai muito além do sexo, que é feito de carícias, de olhares, de colo, de pequenos e imprescindíveis gestos. Com seus espectros emocional e sensorial tão abrangentes, não é a toa que dizem que o amor nos completa.

Eu gosto de amar, gosto de construir tijolinho por tijolinho uma relação, gosto do sentimento de estar nas nuvens, gosto da saudade e de matar a saudade, gosto da intimidade cada vez maior e mais plena, gosto dos carinhos e carícias, gosto de dar prazer sexual a quem eu amo, gosto da cumplicidade, gosto até das brigas para aparar as arestas, gosto de dormir junto, de ver meu amor dormir, gosto de sua nudez, gosto de vê-la palitando os dentes, gosto de vê-la com roupas bem largas e confortáveis, parecendo uma menininha perdida dentro delas, usando uma camiseta minha, gosto quando ela se veste para arrasar, gosto de suas sobrancelhas, adoro sobrancelhas, gosto de lambê-la, mordê-la, apertá-la, gosto de vê-la existindo, com seus gestos tão particulares, gosto de ouvir seus segredos e as coisas do dia-a-dia, gosto de ver filme junto, gosto de cozinhar junto, gosto de tomar banho junto, gosto de passear junto, gosto de tomar umas junto, de sair com os amigos, gosto de cantar junto, de jogar dominó, gosto até de fazer compras junto, gosto, em suma, de estar junto de quem eu amo, sem tolher sua liberdade e sem ter a minha liberdade tolhida. Queria ter alguém para amar.

Sou devagar na arte da sedução, não sei fazê-lo a não ser com muito papo. Preciso de um pouco (poucão) de intimidade para poder me sentir seguro e me aproximar. A birita me ajuda a ter coragem, mas sou tão tímido, que mesmo com a desinibição alcoólica eu fico travado, tenho vergonha. Tenho vergonha do sexo também, sempre acho que vou dar vexame, que vou gozar rápido, que meu pau é pequeno (embora esteja dentro da média nacional). A primeira vez com uma pessoa pra mim é um pesadelo de insegurança, me sinto pisando em ovos, como se fosse virgem. Mas, mesmo assim, ainda acho estar apaixonado o maior de todos os baratos. E, quanto mais suada a conquista, mais doce a vitória, né?

XXXXX

Por que não aprendi a ficar como todos os meus amigos, eu não sei. Baixa auto-estima talvez. Por outro lado se tivesse aprendido talvez tivesse tido várias relações insignificantes, ao contrário das poucas e profundas que tive. Ganharia em quantidade e perderia em qualidade. Sei lá, de repente não, de repente eu estivesse casado agora. Bom, mas não foi assim e não é assim. Tenho que me virar com o que sou. E acho que sou um cara legal. Ou gostaria de achar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

VAGAS EMOÇÕES

Eu acredito que quem não me ama ainda lê este blog, não sei por quê. Uma intuição feminina talvez.

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Fiz uma declaração/depoimento de Orkut que não devia. Ou devia a mim mesmo. Sei lá, está feito.

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Eu quero a sorte de um amor tranqüilo.

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Eu quero aprender a me chegar a uma garota. Eu quero aprender a ficar. E quero aprender a gostar de ficar. Acho que eu não nasci pra ficar. Eu preciso conhecer um pedaço da alma antes de conhecer um pedaço do corpo. Acho que sou careta ou romântico demais. Ou tímido demais para essas coisas.

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Eu gosto mais de carinho do que de sexo (embora sexo não deixe de ser uma espécie de carinho). Minha libido adormentou-se.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

OPINIÕES

Ouvindo Estrangeiro de Caetano. Estou meio travado pelos remédios. Teimo em interpretar no texto daquela que não me ama e não me lê uma menção. Prova de que as palavras têm uma face para cada leitor. Aliás, como é possível haver interpretações tão díspares para um mesmo texto? Como podem ser tão flexíveis as palavras a ponto de se desprenderem da intenção original do autor e ganhar outra vida sob novos olhos? Será impossível escrever algo que seja igualmente compreendido por todos os leitores? A casa é verde. A batata está barata. A partir daí tudo toma um significado transitório, transitando entre os ânimos de cada leitor. Até as leis que são escritas da forma mais clara e precisa possível são passíveis de interpretação. Isso meio que me angustia porque sonho que estou compartilhando a minha visão com o mundo, mas os poucos que me lêem (se alguém) podem ter visões totalmente outras do que escrevo. Como alento, essa mesma flexibilidade me permite interpretar o texto daquela que não me lê e não me ama da forma que mais me apetece. :]

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Será que essa enxurrada de propagandas institucionais sobre posturas ecologicamente corretas das empresas ou de como apóiam a nossa cultura ajuda a formar uma opinião pública mais consciente em relação à preservação ecológica e à preservação das nossas raízes culturais ou o excesso leva à banalização destes temas?

XXXXX

Existe amor entre homem e mulher sem tesão?

XXXXX

Será que a poesia está morrendo? E se estiver, que beleza haverá num mundo sem ela?

XXXXX

A beleza é sempre poética? A mim sempre será. Chamar alguém de popozuda é apoético. O que me leva a crer que a poesia está sendo trocada pela vulgaridade. Ou seja, pela explicitude feia, chata e banal. Me atrai mais o decote que os seios expostos. Que estes se exponham na devida e poética hora.

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Não há nada mais belo que a juventude feminina. Nem mil Rios de Janeiro.

domingo, 3 de maio de 2009

ROMANCETES

Os dedos roçaram de leve. O dele e o dela. Houve intenção. Dele. Tímida intenção. E um choque elétrico percorreu a sua espinha. Ela deixou os dedos ficarem assim, encostados. Não era possível dizer que isso era um sim, tão leve era o contato. Mas certamente não era um não, pois ela sentia o toque mesmo que leve. De repente, ela levantou a mão e fez um gracioso movimento com o cabelo. Contato desfeito, mas por pouco tempo. Ao final do movimento pousou sua mão sobre a dele. Ela também havia sentido o choque percorrer-lhe a espinha da primeira vez. Ele segurou a mão dela com uma mistura de firmeza e delicadeza. Ele tinha mãos delicadas. E é isso. Estão juntos até hoje. E adoram andar de mãos dadas.

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O presságio do beijo. Os corpos cada vez mais perto um do outro. O contato físico mais constante, mais desejado, mais pegado. Enfim, os corpos se aproximam, frente a frente. Ele tira o cabelo dela do rosto e com carinho o prende atrás da orelha. A mão volta e segura de leve o queixo dela. Os olhos muito dentro um do outro. Ele aproxima seu rosto e, com seu nariz, faz carinho no nariz dela. Os olhos se fecham. Respiram o mesmo ar e o beijo se dá.

sábado, 25 de abril de 2009

OUTROS LADOS

O que a minha mãe não leva em conta é que há a dependência química/física, mas também há a psicológica. Afinal há viciados em jogo, em compras e sei lá mais em quê. Eu tenho, no mínimo, uma dependência psicológica da cola, a busco para preencher meus vazios existenciais (que não são poucos). Pra minha mãe, dependência psicológica não existe. Se não existe, por que eu correria tantos riscos, agiria de forma tão dissimulada e magoaria tanta gente para poder ter o prazer de cheirar cola? Não teria nexo eu fazer tudo isso se não houvesse alguma forma de dependência, algo que me impelisse a passar por cima dos meus valores para obter tal prazer (que por sinal, sei de antemão, me traz ressacas terríveis).

Tenho certeza que, se ela lesse o que acima está escrito, discordaria de tudo. É como descrever cores para um cego.

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Hoje estou com o astral ligeiramente melhor que nos últimos dias, apesar de tudo o que ocorreu ontem. Não sei se há uma correlação entre uma coisa e outra, mas gostaria que não houvesse.

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Me sinto mais sozinho quando ouço a galera fazendo farra lá embaixo e eu sem poder participar, porque sei que me têm como um censor, porque sei que ficam constrangidos com a minha presença. Como se eu fosse me incomodar com quem fica com quem ou com quem faz o quê. Já fiz e vi mais e pior, como certeza. E, com certeza também, soube manter a discrição. É uma pena que eles – ela – não vejam as coisas assim e não vejam como é triste e solitária a minha condição, fumando cigarro no hall escuro e ouvindo a cantoria, as risadas, o estalar das bolas de sinuca, o bate-bate do pebolim, as conversas, enfim, todo carnaval sonoro peculiar dos amigos se divertindo.

Não sou amigo, mas gostaria tanto de poder ser. Não me acho ridículo por isso ou pela minha idade. Não mesmo. Eles – ela –, provavelmente, sim. Tanto que da última vez, nem interfonei perguntando se poderia me juntar a eles. Mas como quis... como quis.

EFEITOS E CONSEQÜÊNCIAS

Carinho é se dar. Eu gosto de me dar (embora não crie ou não saiba criar oportunidades para isso).

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Eu gosto de água, de banho, e cada vez tenho menos medo de morrer afogado.

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Acho lindas vistas panorâmicas, mas morro de altura, tenho vertigem.

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Queria muito que quem não mais me lê e não me ama, voltasse a seguir meu blog. Se ela soubesse o quanto isso é importante pra mim...

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É como se as coisas passassem bem rápido diante de mim e eu conseguisse perceber quais padrões permanecem, que imagens são constantes.

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É como se o mundo se tornasse um orquestra de sons e imagens, perfeita em sua harmonia, exuberante em sua riqueza de tons e semitons.

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É como se eu fugisse dos conceitos de mim e do mundo e visse a mim e ao mundo como realmente somos. Belos, puros, harmônicos, perfeitos.

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Êxtase com comunhão e interação absoluta entre mim e o que não sou eu. Este é o ápice.

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Como se minha cabeça fosse enorme e estivesse enormemente vazia. Este é o fim.

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Não deveria causar dor a mim nem, principalmente, aos outros. Tudo tem seu preço. Gostaria de achar o custo benefício inválido. Eu vou achar. Eu preciso.

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Detesto agir como um gatuno, mas é a única forma de me dar isso. Quero uma ressaca bem grande. É isto que busco desta vez. Para que fique longe de uma vez por todas da maldita. É que vejo como um carinho que me dou. Uma fuga do que me oprime, um momento de prazer em meio a tanto sofrimento existencial. Preciso pegar abuso porque, depois do ECT não quero usar nunca mais. Uma ressaca bem grande é fundamental.

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Fui pego antes do tempo, aliás, bem no começo. Não deu nem pro cheiro, literalmente. Pelo menos a fissura diminuiu. Tenho que me convencer de que foi a última vez. Resistir às possíveis e prováveis fissuras que virão. Provavelmente só assim terei uma vida normal. Será que quero uma vida normal? Quero, se gostar de vivê-la. Não quero causar mais dor à minha mãe. Dói em mim. É ruim sobre todos os aspectos. Tenho que esquecer esse prazer fugaz e destruidor.

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Tenho medo do ECT não funcionar. E, principalmente, de acharem por isso que é tudo frescura minha. E eu ficar no mato sem cachorro.

XXXXX

Tenho medo do meu futuro profissional. De não conseguir achar emprego. Esse é, de longe, o meu maior medo. Ninguém vai aceitar um cara feliz (sem depressão) e sem emprego.

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Estou tendo/dando uns suspiros estranhos, fora de hora, coisa que nunca havia me acontecido. Será finalmente o coração cobrando seu preço?

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Queria deitar no colo de Joyce ou daquela que não lê e não me ama. Queria fazer carinho no cabelo delas, tocar de leve seus rostos, desenhando suas feições com meus dedos. Queria poder rir com elas, como se não houvesse passado, como se tudo fosse uma grande novidade, sem rancores, vergonhas ou mágoas.

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Queria dar um Ctrl Alt Del na minha vida e que, de preferência, a máquina não reiniciasse. Na verdade, queria mesmo é não pensar assim.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DO CARINHO

Acho que das facetas do dito amor a que mais me apetece é o carinho. Carinho é a leoa lambendo a cria. Carinho é aquilo que se dá de graça, é um fim nele mesmo, não pede retribuição. O carinho feito é dado automaticamente a quem faz, afinal, sentimos nas pontas dos dedos o afago oferecido. O carinho é a declaração do amor em gestos. Sinto falta de dar carinho. Acho que gosto mais de dar carinho que de receber.

DIA DO ÍNDIO


Passei o dia com Joyce e mamãe. Fomos a Olinda, ao Oficina do Sabor. Foi gostoso, a comida, o clima, a companhia. Joyce me tratou com mais carinho que de costume, quase como se ainda estivéssemos juntos. Quase. Fomos depois ao shopping e mama me deu o CD de Yoñlu, um guri que se suicidou com 16 anos, acho, e que deixou umas músicas e alguns esboços de música no computador. A maior parte do CD são micro-músicas, mas gostei das que podem se chamadas realmente de canções. A voz delicada e as melodias ao violão, além do suicídio, evocaram pra mim Nick Drake (que Berna não me ouça).
Me senti bem no geral, mas não poderia dizer que estava feliz. Contente. Foi uma ótima tentativa delas, no entanto. Com o astral que carrego, não poderia ter sido melhor (só se mamãe não tivesse feito tanta barbeiragem pelas velhas ladeiras olindenses!).

ABRIL PRO ROCK 2009


Rock sem cerveja, você já viu, né? Mas mesmo assim resolvi encarar a segunda noite do Abril 2009. Encontrei Zé Guiga na entrada. Estava rolando The Keith, um rock com guitarras distorcidas, uma certa melodia e pouca personalidade. Entrei na apresentação do Retrofoguetes. Boa banda, ótimos músicos, bons de palco, vestidos com o que pareciam ser fardas de gari. Faziam uma espécie de surf music instrumental, ligeira e cheia de energia. Têm talento, mas o nicho musical é muito específico. Depois veio a Heavy Trash dos Estados Unidos. Também com um competente e animado show, embora a platéia fosse pequena (achei o público pequeno para o que sempre foi o Abril Pro Rock). De Trash a banda não tinha nada, fazia um rock meio Elvis Presley misturado com, arrisco dizer, blue grass, com uma violão meio caipira. O vocalista estava animado e tentou interagir bastante com a galera, pena que a maioria não entendia (por faltar o Inglês necessário e porque o som não ajudou). Talvez esteja desacostumado a shows de rock, mas achei o volume em geral, alto, o que fazia para mim, pelo menos, os sons se misturarem.

Depois do Heavy Trash, foi a vez da pernambucana Volver, que, pelo que vi, já tem um séquito de adoradores por aqui, que entoaram as canções e acompanharam entusiasticamente a apresentação. Achei a banda um diamante bruto, a ser lapidado. Tem potencial para criar hits, boas melodias, mas por vezes se perdem, seja nas letras, seja na postura de palco. Achei interessante de ver e, com o apoio certo, acredito que possa estourar.

Seguindo o Volver veio a galera do Vanguart. Foi quando eu dei uns pegas com a turma do Paulo Francis (muito legais). Fiquei me indagando quanto seria o cachê da banda (com DVD gravado pelo Multishow e tals). Pensei ser algo em torno de R$ 10.000,00, mas um casal de amigos disseram achar que não passava dos R$ 5.000,00 mais passagem e estadia. Pode ser. Acho o som do Vanguart meio amelódico e repetitivo e a voz do cantor me pareceu, quando microfonada, mais estridente que imaginava. Não tenho nada contra a banda, mas também nada a favor. Espero que saibam aproveitar este momento em que os holofotes estão virados para eles.

Já doidão, veio a vez dos Móveis Coloniais de Acaju, que me pareceram, a princípio, uma banda de axé, só que com muitos metais e quase nenhuma melodia. O vocalista ficou pedindo coisas engraçadas ao público, como, por exemplo, para todo mundo se acocorar. Além do vocalista incansável, chamou-me a atenção um trompetista completamente endiabrado, (parecia até quimicamente endiabrado), que pulava, corria e fazia mungangas o tempo todo no palco. Minha amiga achou os brasilienses parecidos com banda de baile de formatura. No final, entretanto, as coisas melhoraram um pouco com um belo instrumental bem viajadão e com uma espécie de ska (creio que músicas do primeiro trabalho da banda [o show foi baseado no segundo CD, capitaneado por Miranda]). Foi engraçado assistir doidão a esta pululante apresentação, embora ache que tenha sido algo diferente do que o pessoal esperava da banda (tiro pelo que Zé Guiga me falou sobre eles na entrada do APR).

O Mundo Livre sucedeu os Móveis Coloniais e, como sempre, me pareceu menos melódico que em disco. Fred não é um cantor, não nasceu com esse dom e pronto. A música também fica mais crua ao vivo o que diminui ainda mais a melodia das canções. Foi durante o show que, sentado, aproveitando a lombra, encontrei a musa da noite. Uma menina linda cujo vestido a fazia ainda mais bela. Era um vestido preso pelos seios (nem grandes, nem pequenos) que descia suave e levemente até os pés, com chinelas rasteiras superdelicadas. Não fosse um blackpower tê-la ido azarar eu provavelmente teria tido coragem para dizê-la: este é um dos vestidos mais lindos que já vi e você fica magnífica dentro dele, parece que roupa e corpo foram feitos uma para o outro. E de fato assim me pareceu principalmente quando ela começou a sambar delicadamente o vestido fazendo curvas pelo seu corpo, sugerindo, revelando e escondendo suas formas. Tinha ainda o pescoço à mostra, o cabelo preso por um despretensioso coque. Fiquei olhando para seu corpo ora na penumbra do ambiente, ora silhueta diante das luzes coloridas do palco. Cheguei até a pensar: esta poderia ser a mãe dos meus filhos. Aí ela e o blackpower saíram para perto da multidão e me deixaram sentado com o meu encantamento.

Pouco depois disso começou o show de Marcelo Camelo (começou depois da meia-noite, portanto no dia do meu aniversário). Só conseguia pensar naquela que lê e não me ama. O show foi muito fiel ao disco, com umas três incursões pelo repertório do Los Hermanos (que ficaram com arranjos ótimos, menos rock, a cara dessa fase nova de Camelo). O público sabia todas de cor e mais de uma vez cantou sozinho canções inteiras. Pra descontar a canja de Los Hermanos (com direito a coro de “Uh! Los Hermanos!”), Camelo mostrou uma música inédita (pelo menos, pra mim) (algo sobre um marinheiro) e emendou com dez minutos de ruído, com cada integrante da banda fazendo abstrações com seus instrumentos. Um show para fãs. Quem não gostava ou era indiferente permaneceu como estava. Eu amei, principalmente por ter aquela que lê e não me ama na memória. Foi mesmo que tê-la ao meu lado, tão constante foi sua presença na minha mente e coração. Eu lembro dela toda vez que escuto o CD, não poderia ser diferente ou menos intenso ao vivo. Queria tanto que ela se lembrasse de mim ouvindo o CD também. Se é que ela ainda escuta ou escutou a cópia que lhe dei.

Pelo menos sem beber consegui me lembrar de todas as atrações, o que nunca ocorreu em nenhuma edição anterior do Abril que tenha ido.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

BOA NOITE

Hoje me senti bem, feliz, eu diria. Cantei até. Esse bem-estar que me veio é como um oásis no deserto. Ainda (me sinto) bem. Decidi que vou ao Abril Pro Rock... sem beber!!! Para comemorar o meu aniversário antecipadamente com meus amigos, ouvindo música que gosto. Espero que meu astral dure até lá. Boa noite, mundo todo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

ECT


O momento do último recurso do meu tratamento psiquiátrico está se aproximanto: ECT ou eletro-convulso-terapia. Isso mesmo, vão me eletrocultar na esperança que isso dê um “boot”, por assim dizer, nas minhas conexões neurais. Serão entre 8 e 10 aplicações. Meu maior medo é: e se não funcionar? Será então que tudo o que estou passando não seja mais do que mimo, que não tenha nenhum defeito no meu cérebro? Que eu esteja atuando uma farsa inconsciente? A prova dos nove está chegando e isso me angustia.

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É ruim ser eu. Esta frase me veio à cabeça há alguns dias e acho que sintetiza exatamente o que eu sinto dentro de mim.

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Percebo que pessoas queridas se afastam de mim. E que eu também me afasto de pessoas queridas. A solidão é um dos grandes males desses dias de não.

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Continuo não querendo o computador alemão que me compraram. Será que os eletrochoques me farão mudar de idéia? Sinceramente não acredito que o tratamento seja tão poderoso assim.

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A você que lê e não me ama: você continua sendo uma luz em meio a essas trevas mesmo assim, que não queira.

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Não fazer nada e não querer fazer nada são atividades muito desgastantes dos pontos de vista intelectual e social.

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Vou fazer trinta e dois e isso talvez nem seja a metade da minha vida: eis um pensamento assustador.

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Não quero ter filhos para que estes não herdem esta minha condição de odiar ser. Não desejo a um inimigo, que dirá a um ser amado e aguardado.

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Eu me lembro que era feliz, que já fui feliz. Talvez isso seja um indício que realmente eu esteja doente agora. Tomara.

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Peço perdão à minha mãe, a meu pai e aos meus irmãos por todos os aperreios. Infelizmente eu não consigo me perdoar a mim mesmo.

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Tenho tristeza, mas não tenho lágrimas para derramá-las e por isso guardo o sal das minhas mágoas detrás dos meus olhos.

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Trabalhar até morrer: acredito que seja isto o resumo da minha vida após o tratamento. É melhor do que fazer nada até morrer, pelo menos isto pude comprovar.

terça-feira, 7 de abril de 2009

CARTA DE AMOR A JOYCE

Eu vivi um amor ideal. Ideal inclusive nos defeitos. Compartilhamos nossas vidas, limamos nossas diferenças com muitas arengas, rimos bastante, saímos o quanto nosso orçamento permitiu. Fizemos compras juntos, fizemos muita coisa juntos, inclusive na cama. Jogamos videogame juntos, cozinhamos juntos, passeamos lisos pelo shopping juntos. Ela vinha me visitar no trabalho, pra me dar um sorriso, um beijo e, muitas vezes, uma reclamação. Ela tinha liberdade de ter sua vida própria, independente de mim e eu também. Ela era organizada, eu desorganizado. Ela era controladora de custos eu não estava nem aí. Nós preenchíamos os vazios um do outro, éramos complementares. Ela me fazia rir com os seus estresses despropositados (pelo menos despropositados pra mim). Ela era braba e eu era da paz e por isso era ela que sempre ia à guerra em busca dos nossos ideais. Nunca levava injustiça ou desaforo pra casa. Já eu não ligava para essas coisas, pra mim, menores (eu, ao contrário dela, pagava para não ter estresse). Enfim, foram dois anos maravilhosos que eu joguei no lixo por causa dos meus lixos existenciais. De qualquer forma posso dizer que vivi intensa e completamente um grande amor. Amor do qual desfrutei cada aroma, cada sabor, cada toque, cada palavra, cada ação, cada olhar. Amor do qual ainda guardo as mais ternas lembranças. E isso já é dizer e viver bastante.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

VAZIO

Vontade de nada. Nem de carinho. Queria que fosse possível hibernar até a minha morte. Tudo me parece muito complicado, muito difícil. Ver TV, escrever estas linhas, ouvir música, nada me apetece, tudo é em vão, tudo é vão. Sou uma pálida sombra de mim mesmo, a luz difusa que incide sobre mim não revela nem esconde, porque agora sou homem-nada, sou só tristeza e desânimo, sem idéia de quais forças externas pudessem me renovar. Droga de doença, droga de angústia, queria que as drogas funcionassem logo, já que tomo tantas, de tantos sabores e dissabores. Minha vida me vem amarga na língua da alma, meus olhos estão cansados de ver, meu peito cansado de sentir esse vazio ininterrupto, único verdadeiro companheiro desses dias de não. Queria pular deste palco decorado de tristezas e amarguras, vazio, a não ser pela minha presença mórbida, e saltar para o vazio da não existência, para o ventre oco do nada. Os outros tentam me animar, dizem que é tristeza ligeira, que logo passa, que é só ter paciência. Não percebem eles que há meses sou escravo de Jó.

quarta-feira, 25 de março de 2009

MÁSCARAS


O som das teclas digitadas por Mira parece chuva batendo na janela. Estou me sentindo meio abestalhado, meio alheio, com o pensamento meio vago, acho que é o remédio, aliás, os remédios. Vendo muita TV. O alheamento rouba-me também a inspiração e a criatividade para escrever. Estou na casa de Tio V., onde estou sendo muito bem tratado e tendo como cicerone meu primo, que sempre se põe a minha inteira disposição. Estou muito grato a ele, sem sua ajuda me sentiria muito mais deslocado aqui. Está fazendo um calor... passo o dia suado, o banho frio vem como uma bênção.
Meu coração está alheio como o meu cérebro, com sentimentos vagos. Joyce me ligou hoje. Atendi sonolento e me faltaram palavras, ela estava apressada, pra variar. Minha meta é ficar bom e tentar ser aceito novamente no meu antigo trabalho. Tenho outra proposta, mas é complicado aceitá-la pelo valor e pelo local. Complicadíssimo. Ainda não recebi pela ilustração que fiz. Recusei as novas. Não por isso, mas porque eu não sou ilustrador, sou muito limitado nesse aspecto, não me sinto em condições de prestar este tipo de serviço. Pra falar a verdade preferia me aposentar. Desisti do meu sonho de mudar o mundo. Estou com os pés mais no chão. Estou me conformando que eu sou apenas um publicitário medíocre, um joão-ninguém como a maioria de nós é. Preferia me aposentar. Sem dúvida seria a melhor opção para o meu juízo. Temo ter novas depressões por causa da Publicidade e de qualquer outro trabalho. Talvez isso tenha esta aparência por estar ainda deprimido, sem ânimo e ainda por cima vago.

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Poderá alguém conhecer o âmago do outro? Isso depende de quem seja o outro. E da capacidade e dedicação que se tem de extrair do outro tal profundidade. Poucos têm realmente vontade de se revelar. Muitos têm vergonha de quem acham que são. A maioria se esconde por detrás das máscaras. Eu não. Por isto este blog escancarado, sem pudores ou repressões. Este blog é o que sou, com todas as fraquezas e defeitos e feiúras incluídos. Escrevo aqui por não ter com quem me repartir e porque gosto de fazer brotar palavras. Obviamente devo vestir máscaras que nem mesmo percebo que carrego e interpretar papéis que me são invisíveis. Mas faço o meu melhor esforço para me desnudar. Gosto da minha nudez intelectual. Busco isso, transparência de mim para o outro. Mesmo que a recíproca não seja verdadeira.

quinta-feira, 19 de março de 2009

FALTA

Falta de Joyce. Falta de fé. Me sinto tão sozinho agora. Troquei tudo (casa, emprego, mulher, cachorro) por um delírio, uma bobagem, uma ilusão. Como sou tolo. Como isso me dói agora, lateja em meu peito. Me sinto tão, tão sozinho. Falta de tudo. Vontade de nada.

ALGO IN A NUTSHELL

Vivo uma ilusão. Uma ilusão de que meu Deus é certo. Que o meu Deus é mais aceitável que os demais. Não sei se acredito na ilusão, já que a vejo como tal. Mas a ilusão é, para mim, uma melhor justificativa para tudo que existe do que as outras que já conheci/experimentei. Eu queria muito colocar minha ilusão no papel, mas algo me bloqueia, toda vez que tento, as palavras me soam ridículas, como se faltassem a elas a profundidade e abrangência que eu desejo e vejo em minha mente. Eu me bloqueio, em verdade. Não há nada ou ninguém que possa bloquear, só eu mesmo. Por que eu me bloqueio? Provavelmente por vergonha e medo de ter minha ilusão ridicularizada pelos demais. Mas eu não deveria pensar nos demais ao escrever, só em mim. Aliás, nem em mim, pois minha autocrítica também me bloqueia. Devia pensar só no texto, o que é quase impossível. E esta obra é o que há de mais importante em minha vida, minha missão para com o mundo. E eu a tranco em minha mente.

Resumo do que quero dizer

- Deus criou o universo para que este se torne a versão 2.0 de si mesmo.

- Deus fez isso gerando um desequilíbrio no nada (0 = tudo – tudo [logo todas as possibilidades estão contidas no nada e o inverso delas, o que as anula]) fecundando o nada com energia, o que causou uma reação em cadeia e, conseqüentemente, a explosão conhecida como Big Bang.

- As partes positiva e negativa do nada estão presentes no universo. A parte positiva sendo a energia e a parte negativa sendo a gravidade.

- Há um erro na interpretação da gravidade que aparece quando a massa é muito pequena ou quando as distâncias muito grandes. Tal erro é o que fez os cientistas a criarem os conceitos de força fraca e força forte para as estruturas para as estruturas subatômicas e a matéria negra para os corpos celestes. Na verdade a gravidade não decai infinitamente tendendo a zero. Em dado momento, ela para de cair e se estabiliza, tornando-se constante.

- O universo é cíclico, segundo minha visão. Vai do nada ao nada, ou seja vai de s = 0 e t = 0 até s = 0 e t = 0 de novo, com a energia se tornando cada vez menos utilizável e com o crescente número de buracos negros, a tendência é que a matéria vá sendo atraída de volta e se compactando, junto com o espaço-tempo, até o ponto inicial. Este estágio inicial é fecundado pelo Deus 2.0 para gerar o Deus 3.0 e assim sucessivamente.

- Deus é o universo. O universo aqui e agora é o embrião de Deus. Os homens podem fazer parte de Deus. A primeira etapa é alcançar o próximo estágio evolutivo: a consciência coletiva. Aos poucos, todos os dias, sem que nos apercebamos, vamos criando o arcabouço tecnológico para que a consciência coletiva emirja. Nos tornaremos uma simbiose entre tecnologia e nossa parte orgânica. Usaremos engenharia genética para adaptar e aperfeiçoar nossa raça, faremos auto-evolução.

- Esse simbionte de tecnologia e seres humanos será capaz de deixar a Terra quando o Sol estiver morrendo, levando o genoma de todos os seres possíveis e toda a cultura armazenada. Este ser navegará pelo universo a procura de outros como ele para juntos formarem uma consciência coletiva ainda maior. Essa consciência será Deus. Esse Deus saberá ou aprenderá como fecundar o universo da precisa maneira necessária para criar uma nova versão de si mesmo.

- Este processo de criação de uma consciência coletiva na Terra pode ser acelerado se eu for eleito presidente do Brasil. De posse do dinheiro ganho com a licitação internacional de exploração responsável da Amazônia (da qual o Brasil vai ser o principal beneficiário, ganhando royalties, explorando ele mesmo as riquezas da região e com o desenvolvimento obrigatório do Norte do país, que se tornará um grande centro científico e de produção) utilizarei parte para formar uma join venture com a Google, a Adobe, a Nintendo, a Apple e a empresa que é dona do 3DMax e do Maya, para lançar uma plataforma modular e uma rede nacional visando o edutainment (educação com entretenimento), a fiscalização e transparência de todos os processos governamentais, além, e principalmente, a participação popular democrática em todos os assuntos em todas as esferas governamentais, tudo através da internet gratuita e de âmbito nacional. Esse sistema e a plataforma modular se espalharão pelo mundo (a plataforma será lançada como misto de videogame com computador nos demais países). Com tantos nomes poderosos por trás e pela qualidade do que é oferecido, espero que a plataforma se torne uma unanimidade e assim se torne a espinha dorsal da consciência coletiva.

- Como a etapa acima não vai acontecer vou apenas mencionar os outros tópicos do meu governo: criação das Academias (biblioteca, escola, posto de saúde, parque, espaços para shows), medicina preventiva mensal para toda a população, legalização das drogas e assimilação de parte dos traficantes para as forças armadas para a proteção das fronteiras da Amazônia (transformá-los de bandidos em heróis nacionais), só entregar bolsa escola ou bolsa família para mães que tomarem anticoncepcional na hora do recebimento da bonificação (afinal, se não tem condições de criar os filhos que já tem, porque ter outros e lançá-los à privação?).

- Não seremos escravizados pelas máquinas, nós imergiremos nelas por livre e espontânea vontade, porque será bom para nós, nos movermos num mundo sem limitações físicas (a la Matrix e muito mais que isso), nos conectarmos com uma mente bilhões de vezes maior que a nossa, só para citar alguns atrativos. Nós poderemos escolher o nível de imersão no sistema em qualquer momento. Por exemplo, podemos usar parte da consciência para cortar grama no mundo real e o restante para pesquisar algo na rede, da mesma forma que podemos cortar grama falando ao celular.

Bem, é isso.

quarta-feira, 18 de março de 2009

GNOMO

Sentia uma imensa vontade de escrever, mas nada lhe vinha. Tinha o antigo projeto, o grande projeto, aquele que iria mudar o mundo e que nunca saiu de sua cabeça, nem para o papel, nem da memória. Mas não queria escrever sobre isto, queria algo diferente, foi quando um gnomo apareceu aos seus pés:
- Ô de casa!
- Que porra é isso? Estou tendo uma alucinação?
- Pior que não. Você foi escolhido pelo Gnomo-Rei para ser o Humano-Ouvidor
- Humano-Ouvidor, que diabo é isso?
- É simples: eu falo, você digita, depois posta na internet. Tu tem um blog, num tem?
- Tenho.
- E então.
- E qual é sua mensagem?
- É que o mundo está acelerado demais, tem correria demais, pressa demais, pressão demais. As pessoas vivem sem tempo para relaxar, para serem elas mesmas, para gozar da presença passageira por estas paragens.
- Só isso?
- Não, tem mais: se continuarem nesse ritmo, multiplicar-se-ão as doenças e os suicídios. Haverá uma estafa generalizada, inclusive da mãe natureza, que terá que pagar pelos prazeres fúteis e onerosos ao meio ambiente que vocês procuram para ocupar o vazio de não terem uma vida de fato. Vocês vivem vários papéis, mas não descobrem os seus verdadeiros eus, vocês vêem a vida passar mas não param para assistir, vocês estão se martirizando e martirizando tudo a sua volta. Como espécie dominante no planeta o mal que geram para vocês reverbera para todo o ecossistema da Terra e as conseqüências disso não serão nada agradáveis para nenhum de nós. O clima está prestes a mudar e com ele todo o ordenamento das coisas neste planeta. Muitos irão sofrer. Quase todos. E vocês nessa correria só acelerando tudo e se esquecendo de tudo. Cuidado que muita coisa não tem volta.
- Pô, você está com previsões sinistras...
- Na verdade, meu bom homem, realistas. Nós Gnomos temos grande avanço nas ciências do clima, da fauna e da flora. Tudo o que falo, falo de fé e conceito.
- E vocês, não vivem na correria como nós, não?
- Não. Primeiro porque uma simples maçã pode alimentar dez de nós. Segundo porque não temos pressa, respeitamos religiosamente o andar das estações, sabemos que tudo tem seu tempo e que a vida é pra ser aproveitada. Nosso lema é alegria 100, estresse 0.
- Que inveja...
- Você não muda sua vida porque não quer.
- E onde é que eu vou achar um trabalho que não seja estressante, por exemplo?
- Você sabe onde, só não quer ver.
- Isso pra mim é papo furado de guru de meia tijela.
- Tá bom, você é quem sabe.
- Onde vocês moram que ninguém os vê?
- Moramos onde há folhas e flores. Ninguém nos vê por causa de uma encantamento de invisibilidade. Alguns de nós já morreram esmagados por vocês, que nos pisaram por sermos invisíveis aos seus olhos. Mas é melhor assim, garantimos nossa privacidade e não participamos do mundo caótico de vocês.
- Vocês odeiam os humanos, então?
- Não, temos pena. Tanto potencial desperdiçado com futilidades, com ganância. Xii... ganância é uma das piores doenças da alma. E a imensa maioria de vocês é doente dela ou tem propensão a ficar.
- Eu não sou ganancioso.
- Ainda não. É por isso que o Gnomo-Rei o escolheu.
- Tem mais alguma coisa a dizer?
- Por ora, não. Só queria mandar um beijo pra minha mãe, pro meu pai e pra você.
- Um beijo.
- Tchauzim.
- Tchau.

PASSATEMPO

Declinei de dois trabalhos: uma cartilha para Tio B. (que ficou desapontado, naturalmente) e dois desenhos para a Agência M. (que ficou desapontada, naturalmente). Achei que não tinha competência técnica para fazê-los. E também não seria justo com Tio B. rejeitar o dele e aceitar o outro. De qualquer forma estou com a porra da depressão que não me dá ânimo pra nada. Então, não quero fazer nada a não ser relaxar, ficar tranqüilo, sem estresse, para melhorar o mais rápido possível. Já sinto melhoras significativas. Também, estou tomando doses hospitalares de remédio. Graças que está funcionando.

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Tenho tido flashbacks da cola. A sensação de ardor refrescante, tipo um halls, pelo meu corpo (principalmente nas juntas e nos cabelos) passou o dia inteiro comigo (até agora). Não é uma sensação ruim. Pelo menos não me dá vontade de cheirar. Não estou com vontade de cheirar, o que é muito bom pra mim e pra minha família (e pro meu tratamento).

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Eu não consigo escrever o que mais quero. Isso é uma droga. Fico digitando essas bobagens aqui, mas quando vou tentar escrever Algo, nada sai. É como se eu não acreditasse no que eu acredito. Eu me reprimo, me fecho, fico sem palavras lá, quando aqui sou tão prolixo. Droga.

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Estou achando tudo o que eu faço ridículo, sem mérito. Que fase ozzy.

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Minha mãe que me incentivou a soltar o verbo, ela sabe que eu gosto das palavras e que o gosto por elas me faz bem (por isso, inclusive, este post).

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Estou sem palavras hoje.

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Ah! Não tive a recaída insinuada no post anterior! Vitória!