sábado, 29 de agosto de 2009

Escrevi a carta abaixo para entregar na semana que vem. Falarei primeiro com a psiquiatra, quem sabe ela não me faz mudar de idéia. Embora ache difícil. Mas acho que devo isso aos meus pais. Me sinto enganando Fábio e não acho isso justo. Não sei qual é o meu lugar no mundo, não acho que me adeque às expectativas sociais, não tenho expectativas sociais. Por isso a idéia de virar morador de rua. Talvez a privação de tudo que a sociedade oferece, mude meu ponto de vista.


Fábio,

Percebi que todas as críticas feitas à Criação se aplicam diretamente a mim. Estou desmotivado e com um bloqueio criativo, por isso só tenho pegado alterações nas campanhas já criadas. Não estou sendo um bom funcionário, não sou mais o mesmo, como o clima da agência não é mais o mesmo.

Não sei o que vou fazer da vida, só sei que não tenho mais o mesmo interesse por ela e isso inclui o meu trabalho. De qualquer forma, agradeço a oportunidade e a confiança, nunca esquecerei o que você fez por mim. Só não acho justo você ter em seu quadro um funcionário como eu, que não veste a camisa e sem capacidade produtiva à altura do que é esperado ou exigido. Acho mais digno da minha parte ceder meu espaço para alguém mais capacitado, do que ficar esperando pela demissão que mais cedo ou mais tarde viria para mim.

Mais uma vez muito obrigado. Grande abraço.

Mário.

COREOGRAFIA SOCIAL

Me sinto meio um mico adestrado quando em um show o cantor pede para “jogar as mãos para cima” ou outras ordens coreográficas do gênero. Não tenho mais saco para isso. Não tenho mais saco para nada. Não tenho interesse por nada. A vida passa batida pelos meus olhos. Acho que o tratamento psiquiátrico não está surtindo muito efeito e o trabalho está sendo algo extremamente desgostoso de se levar. Estou pensando seriamente em sair da sociedade, dispensar todas as benesses que fazer parte da coreografia social proporciona (como também de suas dores) e viver livre, solto no mundo, sem obrigações, sem responsabilidades, a não ser para com minhas necessidades básicas (cagar, comer e dormir). Virar um mendigo, em síntese. Não sei como, sem dinheiro, eu vou conseguir comer, nem sei onde os mendigos cagam e como limpam suas bundas. Vou ter que descobrir, quem sabe perguntando a eles.

E se algum desses matadores de mendigos aparecer para mim, tanto melhor. Não quero mais a vida, não espero mais nada dela, não tenho sonhos, nem desejos. A vida dura muito mais do que precisaria para mim. Já vivi tudo o que deveria ou gostaria. Estou mais do que satisfeito com as experiências que eu já tive, das doces às amaras. Vivo agora a espera da morte e ela me parece desnecessariamente distante. Não é legal viver assim, principalmente quando essa espera é preenchida por afazeres desagradáveis e por sentimentos negativos. Prefiro me livrar do que me desagrada, mesmo que isso leve embora também o que me é aprazível. Não quero nada material, quero ter paz de espírito. Há muito tempo não sei o que é isso. Estou prestes a pedir demissão e com isso não terei mais renda. Não quero ser um estorvo financeiro para os meus pais, por isso a mendicância me parece a única saída. Pelo menos até que eu encontre a saída definitiva.

domingo, 23 de agosto de 2009

EUTANÁSIA PARA TODOS

Eu acho que a eutanásia deveria ser legalizada e se tornar uma opção para todo cidadão maior de idade, não apenas doentes terminais, mas também pessoas saudáveis (fisicamente) que não gostam e não querem mais viver. Eu seria um dos primeiros da fila, pois acredito que a vida não tenha nada mais a me oferecer, nem eu tenho mais nenhuma meta a alcançar. Daqui por diante, para mim, é só decadência física e mental, rotina e o fardo do trabalho. Acho que as pessoas que vivem em eterno sofrimento existencial deveriam poder escolher a morte, já que a vida é uma alternativa ruim para elas. Obviamente, ao solicitar a eutanásia, a pessoa deveria primeiro passar por seis meses de tratamento psiquiátrico ( às vezes medicamentos e terapias fazem milagres). Terminado esse prazo e continuando o desgosto pela vida e a vontade de por um fim à existência, o cidadão seria então morto, por médicos, de forma indolor e seus órgãos doados, o que é um método melhor que qualquer outro modo de suicídio pré-existente, pois elimina o sofrimento físico. O procedimento não seria considerado assassinato, já que foi uma morte consentida e desejada, não imposta. Muitas pessoas que desejam o suicídio, mas não têm coragem de executá-lo por si sós seriam beneficiadas com a legalização da eutanásia. Eu sou um exemplo bastante ilustrativo dessa condição, todas as minhas tentativas de suicídio foram frustradas. Penso agora em comprar um revólver, ou outra arma de fogo qualquer, acho que na feira do troca-troca eu encontro um, daí vou para um lugar mais deserto e dou um tiro na cabeça. O lugar deserto é necessário para que eu não seja socorrido e vire um debilitado mental, paraplégico ou coisa do gênero, afinal há sempre a possibilidade do tiro não me matar, caso eu seja encontrado a tempo. Num lugar deserto posso sangrar até a morte. Mas sem dúvida preferiria a eutanásia. É 100% garantido e 100% sem sofrimento. Ah, não acredito em reencarnação ou em espíritos que sobrevivam à morte. Para mim a eutanásia seria um passaporte de ida para o nada, para o fim do meu eu, sem lembranças ou pensamentos ou consciência. Para mim tudo isso morre com o corpo. Viva à eutanásia!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

DOIDÃO

Eu acredito que certos alimentos entopem as veias, mas não consigo acreditar que possam definir quais alimentos são cancerígenos. Como eles fazem a amostragem desses alimentos, perguntam a quem tem câncer que alimentos eles mais comeram em suas vidas? Se for assim, devem estar montando um belo quadro estatístico de quais são as comidas prediletas da humanidade. Por falar nisso qual deve ser a comida mais consumida no mundo? Eu chuto batatas. Ou café.

Será que se vendessem a picanha sem capa de gordura, chamando de picanha light venderia? Tipo colocaríamos um adesivo bem chamativo dizendo PICANHA LIGHT SEM CAPA DE GORDURA, será que alguém compraria? Porque eu conheço um bando de gente que tira a gordura da picanha quando está comendo.

XXXXX


Tô doidão, ganhei um fininho (mesmo) de um colega. A sensação me pareceu ruim a piori, a meio beque atrás. Agora, estou me sentindo ótimo. Num astral maravilhoso. Gosto até de mim. Curto ter idéias, curto criar, curto escrever e imaginar isto aqui. E imaginar que estou dentro dos seus olhos, prezado leitor. Estou dentro da sua mente, dominando o seu pensamento. Afinal, se você está concentrado nestas mal traçadas linhas em nada mais está. Eu tenho sua atenção. Eu sou você neste exato momento. Eu e você somos um... caso sério – tchup-tchu-ruu – refrão de um bolero. Misto quente, sanduíche de gente. Como eu disse, estou doidão, acho que cheguei ao ápice agora. No ápice, eu me dou muita liberdade.

Estou meio no bode agora, com uma preguiça dos diabos. Pode ser que melhore...


Tô me esbaldando no Bono de chocolate com Coca Light... (tive a idéia da picanha)
Idéia narrativa interessante: pulando as linhas do texto de acordo com o tempo decorrido (três linhas: muito tempo, duas linhas: mais ou menos, um linha: rápido) criamos uma narrativa temporal por sobre a narrativa principal. Estou fazendo este texto enquanto escrevo os outros.

Vou continuar a escrever o do câncer agora. Depois escrevo o da picanha.

Bernardo entrou agora e me mandou um link muito doido do “Sherlock Holmes Investiga o Misterioso Caso do EP do Radiohead”




Bono com Coca são muito bons na larica. Sorvete de delícia de abacaxi com calda de goiaba também.

O bode está batendo, nem quero mais publicar este post. Mas vou tentar acabá-lo e por na net. Tenho que ser transparente. O doidão é uma parte do meu ser que se liberta mais, não tem para que calá-lo.



Hoje tive um dia bom no trabalho. Não noiei pela primeira vez. Será por conta da maconha? Espero que não, porque não tenho onde comprar nem onde fumar. Agora estou levemente noiado com o trabalho de amanhã. Mas não muito. Espero que continue assim. Ou melhore, como foi hoje de manhã.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BUNDAS

Estou virando um tarado. Não consigo deixar de olhar para uma bunda sequer, todas, absolutamente todas as que atravessam o meu caminho são estudadas tão minuciosamente quanto o tempo de interação permite. Quando vejo uma garota com uma ginga no andar ou com um corpo que me parece interessante lá adiante, aperto o passo para observar o espetáculo de perto. É o cúmulo! Mas observar bundinhas é o bicho, pena que a maioria não valha o olhar, diria que 30% estão dentro do meu padrão de qualidade, se muito. 30 % são passáveis, lindas, só umas 5 a 10%. 7% que é meu número da sorte. De qualquer forma, independente das percentagens, olho para todas, é como se houvesse um ímã na região glútea feminina que atrai o meu olhar, mesmo vendo que a mulher é feia e malfeita, não tem como não olhar, é quase um vício, uma reação espontânea, inconsciente, sei lá. Só sei que vejo muitas bundas no meu dia-a-dia.

AMAR CALADO

Deus, se houver, abençoe o inventor da minissaia! É um dos maiores prazeres de um homem solitário como eu. Olhar as coxas e imaginar o que há acima é um passatempo delicioso. Não gosto daquelas que grudam-se nas coxas, quase impedindo a mulher de andar. Gosto das mais soltas, despertam mais minha imaginação. Vejo mais minissaias feitas jeans, a imensa maioria delas, diria 95%, o que é uma pena, gosto mais daquela de pano leve, suscetíveis ao vento e as correntes de ar que o próprio caminhar proporciona. Estas são as mais sensuais, na minha singela opinião. Me agradam a maioria das pernas, não faço muita distinção, o fato de estarem de minissaia me basta (a não ser que sejam horríveis, afinal há coisas que não há minissaia que salve, pobrezinhas), gosto até das gordinhas, não gosto das velhas (não sei porque ousam vestir minissaias), ainda bem que são poucas e esparsas. As minissaias já estiveram mais na moda, o que é uma pena, deveriam voltar com tudo, agora que elas me servem para encher os olhos e animar o espírito, dando uma pitada de sensualidade a minha vida celibatária.

XXXXX

Por falar em minissaias, decidi que vou parar de importunar quem lê e não me ama com meus textos, eles só devem provocar desconforto e não estima. Ela não gosta de mim e não deve gostar que eu fique me declarando por aí. Infelizmente vou guardar tudo de novo dentro de mim, é o melhor que eu faço. Para ela. Para mim, as declarações eram como um desabafo, um extravasamento das emoções reprimidas. Não mais. O que quer que eu sinta Por ela ficará trancado dentro de mim. Se ela quiser saber do meu coração e de todas as maravilhas que ele tem guardadas para ela, vai ter que me buscar. Eu sei que ela não vai fazer isso. Como sei que é melhor calar. Então está feito, este é o último post em que falo de quem lê e não me ama. Vou apagar o outro blog que era somente para ela.