terça-feira, 7 de abril de 2009

CARTA DE AMOR A JOYCE

Eu vivi um amor ideal. Ideal inclusive nos defeitos. Compartilhamos nossas vidas, limamos nossas diferenças com muitas arengas, rimos bastante, saímos o quanto nosso orçamento permitiu. Fizemos compras juntos, fizemos muita coisa juntos, inclusive na cama. Jogamos videogame juntos, cozinhamos juntos, passeamos lisos pelo shopping juntos. Ela vinha me visitar no trabalho, pra me dar um sorriso, um beijo e, muitas vezes, uma reclamação. Ela tinha liberdade de ter sua vida própria, independente de mim e eu também. Ela era organizada, eu desorganizado. Ela era controladora de custos eu não estava nem aí. Nós preenchíamos os vazios um do outro, éramos complementares. Ela me fazia rir com os seus estresses despropositados (pelo menos despropositados pra mim). Ela era braba e eu era da paz e por isso era ela que sempre ia à guerra em busca dos nossos ideais. Nunca levava injustiça ou desaforo pra casa. Já eu não ligava para essas coisas, pra mim, menores (eu, ao contrário dela, pagava para não ter estresse). Enfim, foram dois anos maravilhosos que eu joguei no lixo por causa dos meus lixos existenciais. De qualquer forma posso dizer que vivi intensa e completamente um grande amor. Amor do qual desfrutei cada aroma, cada sabor, cada toque, cada palavra, cada ação, cada olhar. Amor do qual ainda guardo as mais ternas lembranças. E isso já é dizer e viver bastante.

2 comentários:

  1. Se tivemos. Era pra ter sido. O destino nos colocou cara a cara, desnudos de nossas guardas, pulsantemente nós.

    ResponderExcluir