quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

OUTROS PRESENTES



Recife, 25 de dezembro de 2009.

As outras coisas que ganhei de natal: Nike Tennis Classic Prem Pack Emb (Grey Heather/White-V); Zack & Wiki Quest For Barbado’s Treasure (Wii); Billy Hatcher and The Giant Egg (GameCube); 3 pacotinhos de Eberhard Faber FIMO Effect (massinha de modelar que cozinha e se solidifica no forno); Eau de Toilette Pour Homme Givenchy; três sacolinhas-pastas YES (nas quais pretendo guardar minhas tintas a óleo) e um cartão-promessa de uma mochila para o laptop que pretendo adquirir.

É, eles sabem mesmo me agradar. :)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

CARTA DE AMOR I

OU O QUASE E-MAIL DE UM NÃO-NAMORADO

Recife, 24 de dezembro de 2008.

Resolvi me dar este presente de natal, o blog que é o começo da minha nova vida, da revolução. O estopim da decisão nem foi o natal, mas o desamor. Queria escrever um e-mail para ela (vou chamá-la de Bia). Mas achei melhor não incomodá-la, já incomodei tanto, tanto, tanto. Decidi, então, publicar as cartas de amor (e desamor) aqui para, quem sabe um dia, alguma Bia ler. Ou alguma Bianca, Joyce, Maria, Gabriela, Viviane, Natalie Portman, Björk, Ana, Amy lerem. Ou para que ninguém o faça. De qualquer forma, vim falar do meu desamor. Do quase e-mail de um não-namorado que se transformará agora em post. Bom, ontem tive um encontro com pessoas muito amadas e que me querem muito bem e elas foram testamentais: ela nunca, nunca vai me ver como um menino, como um rapaz, como alguém namorável. “Nunca” foi uma palavra que me atingiu profundamente. Afinal, há nove anos alimento e espero pacientemente por uma chance (não tão pacientemente assim, como atesta a história dos e-mails), mas esperançoso de qualquer forma. Eles me disseram que é como se ela tivesse um paradigma cristalizado e imutável sobre a minha pessoa e, pior, que esta visão era totalmente impossível de ser querida como um namorado. Que para ela eu tinha o mesmo sex appeal de uma “menina feia” (e, até onde eu sei, ela gosta de meninos). O outro irmão dela me disse, no dia anterior, que preferia saber que ela havia tomado ácido com o ex, a saber que estava comigo.

Espero que o meu paradigma em relação a ela não seja igualmente permanente, não desejo mais nove anos sendo menina feia que sonha ser príncipe encantado... será? Tomara que não, mas é tão enraizado em mim, é tão meu, tão eu.

Foi charmoso e significativo iniciar o blog no natal. Um bela, morna e aconchegante coincidência. Dourada coincidência. Acho o natal dourado, com suas luzinhas, velas e meias-luzes. Por sinal, meu natal vai ser magro, não por falta de ceia, mas por falta de dentes. Extraí os quatro cisos ontem...

Tudo o que eu queria era deitar no seu colo, beijar bem muito sua barriga, poder olhar sem vergonha para seu rosto e seus olhos e ser retribuído com o mesmo interesse. E passarmos a tarde conversando. Eu ouvindo, ela existindo, cada vez maior e mais completa para mim. Queria um cair da tarde. A luz da tarde combina com ela. Ela é uma garota da tarde. Da alta tarde até o começo do entardecer. Talvez até o meio do entardecer e por toda a vida. Não, por toda a vida não. Que isso tem que parar! Tem mais, no mínimo, dois bilhões de garotas no mundo. O pior é que só ela aparece no entardecer da minha mente. Amor é uma coisa que devia ser configurável, editável, fácil, não só de sentir, mas de compartilhar. É um tremendo desperdício ter tanto carinho guardado dentro de si e não poder oferecê-lo a dona. Pior que sou daqueles que acha melhor sentir algo que não sentir nada. É... mais nove anos me esperam... espero que, com o passar do tempo, quando esquentar nesse negócio de blog, seja mais conciso e seletivo, considero esta primeira carta um exercício, de estilo, sinceridade, de blogar (ou seria bloguear?), enfim. Acredito que, pelo menos na sinceridade, eu atingi a meta. É uma pequena vitória.

FRUTO DO AMOR

Recife, 24 de dezembro de 2008.

As cartas de amor que trago aqui são parte de algo. O embrião, primeira materialização/realização de algo. A saída deste algo do casulo de mim. Um parto das minhas excrescências criativas. Meus amores, planos, delírios, sonhos, ódios, melancolias e tudo o que há entre e ao redor deles e que me seja possível apreender e degustar. São cartas de amor por não serem fruto de obrigação, mas de qualquer coisa inversa a isso, qualquer coisa que me é espontânea, prazerosa e necessária, dolorosa, às vezes e - até que enfim! - inevitável.

Se são e serão sempre ridículas? Isso depende (e dependerá mais e mais) de você. A mim me parecem ridiculamente possíveis e verdadeiras. Tão ridículas, verdadeiras e possíveis quanto eu sou.