domingo, 31 de maio de 2009

Um olhar que não me pertence
Tenso foge de mim
Um olhar e um coração
Juntos como dois irmãos
Em uma só alma
Amo quem não pode ser
Por causa do destino
Desatino o menino
Continua a sonhar
Sonhos de verão
Sonhos de entardecer
Todas as tardes do mundo
Mudo mas sem calar
Ele espera a maré mudar
Muda ela permanece
Embora morra na boca o não
Aflição e ironia
Juventude tardia que faz no meu peito botão
De flor de amor de calor de humor
De tanto amar, de tudo de bom
Um sonho nunca é sonhado em vão
E, por um vão, sei que há de entrar e se aninhar
Suave e intruso em seu coração.

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Depois dos ECTs (estou no segundo e farei o terceiro amanhã) tem me dado uma agonia, uma inquietação, uma impaciência. Não é tão grave/incômodo/doloroso quanto a angústia que vinha sentindo, mas também não é prazeroso. A. disse que isso passa. Graças.
Estou com medo do meu novo emprego (se é que vai rolar mesmo), de não ser capaz de fazer o que me será exigido lá. Espero que seja uma insegurança infundada. A., novamente ele, achou a minha preocupação normal. A. tem sido muito legal comigo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

ECT, EUFRÁSIO, MEDO E PERFIL

Faz meia hora que voltei da minha primeira sessão de ECT. Além de uma leve dor de cabeça não sinto grandes alterações. Pra mim, foi tudo muito rápido. O anestesista aplicou a injeção, disse que eu ia sentir um gosto estranho na boca (o que de fato instantaneamente aconteceu) e logo depois minha vista começou a turvar-se. Depois disso, só me lembro de acordar já com mamãe e Alfredo na sala. Estou confiante no tratamento e fui com a cara da doutora. Pensei que a dor de cabeça (para a qual já estava preparado, pois li num e-book que Alfredo arrumou) seria maior. Tenho outra sessão na quarta. Espero que tudo dê certo. Eu acho que mereço. Chega de inferno existencial. Até acho que já estou melhor (mas deve ser psicológico).

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Fui no sábado para um show no Eufrásio Barbosa organizado por um amigo meu. O Eufrásio é grande e ficou lotado, logo, deu supercerto. Menos pra mim, pois me bateu um bode triste, vomitei pra caramba. Vi mulheres bonitas, mas nenhuma que me fizesse pensar “é essa”. E mesmo se houvesse eu não saberia, nem estava em condições, de me chegar. Encontrei muita gente conhecida lá, mas interagi pouco por causa do enjôo, o que pra mim foi um grande desperdício, pois é raro eu ter oportunidades como essa de encontrá-los.

A coisa mais marcante da noite foram os comentários elogiosos de Aninha, com quem nem tenho muita intimidade, a meu respeito. Fiquei superlisonjeado que ela ainda se lembrasse de nossa conversa anos atrás em Garanhuns e de tê-la achado tão marcante, a ponto de me dizer que eu era um cara do caralho. Foi ótimo ouvir esse elogio nesses tempos em que não me acho nada do caralho.

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Uma coisa que me assusta é como eu sou defasado em relação a outras pessoas. Principalmente profissionalmente. Nunca passei por grandes agências, nem nunca busquei isso. Não construí um nome dentro do meio, coisa que na minha idade eu já deveria ter. Nem portfólio eu tenho. Não sei mexer no Illustrator, o programa que se tornou padrão nas agências. Estacionei no Corel, que hoje é considerado ultrapassado (mas que a mim me serve muito bem).

Além disso, não dirijo e voltei a morar na casa dos meus pais. Duas coisas péssimas pra quem quer ter uma namorada. E, mesmo que dirigisse, nunca ganhei o suficiente pra ter e manter um carro.

Meus irmãos, em contrapartida, estão com a vida superorganizada, estudando e trabalhando no exterior, superqualificados, casados (ou quase), felizes. Ainda bem, prefiro que eu esteja na merda do que eles. Dói menos (mesmo que ainda assim doa pra caramba).

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Pra não perder o hábito:
O que sei dela? Que é uma atéia convicta, que é tímida com quem não conhece, que é bagunçada, meio desastrada, gosta de argumentar, gosta de escrever, que faz Jornalismo, que parou de comer carne vermelha e de galinha, que, ao contrário de mim, sabe guardar as coisas pra si, que é discreta, que tem um monte de amigas fidelíssimas, que é linda como o sol, que é delicada e feminina, que é generosa, bondosa e ética, que não quer ser minha, que gosta de sair, de dançar, de viver. Não sei mais.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

“ALMA-GÊMEA É COMO PEIXE: VÁ PESCAR.”

O título é um conselho do meu irmão que não se conforma com a minha paixão por quem lê e não me ama. Não entende como depois de tantos foras eu ainda não parti pra outra. A questão não é partir pra outra é outra chegar e me arrebatar. E, como já disse em posts anteriores, eu não sei pescar.

Concordo porém que não exista esse negócio de alma-gêmea, a gente é que constrói a relação se adequando as perfeições e imperfeições do outro. O problema é que eu queria construir com ela. E, repito, não sei por que ela. Pode ser que uma outra mulher apareça na minha vida e que nos apaixonemos. Não descarto isso. Espero até por isso. Mas enquanto isso não acontece, meu coração é dela, não tem jeito, nem explicação. As escolhas do coração não se explicam. Será que a amo pela impossibilidade? Para não precisar nunca assumir uma nova relação? Será que a amo por ser a mais difícil de todas e, assim, ser o prêmio, a conquista máxima? Será que a amo pelo que ela é? Pelo seu jeito de levar a vida, por sua beleza radiante e tão única? Será que eu a amo porque amo a família dela? Quem sabe? Eu não. Sei decerto que ela não é minha alma-gêmea, nunca achei isso, sei que haveria várias arestas a aparar, sei da liberdade que ela precisa muito mais do que eu, sei da diferença de idade, sei do grau de parentesco, sei de inúmeros pontos pelos quais ela não será nunca minha alma-gêmea. Mas por outro lado, como almas-gêmeas são construídas, não existem prontas, acho que faríamos um ótimo par, seríamos um casal alegre, feliz, de alto-astral, como fomos um dia eu e Joyce, só que de uma nova maneira. Acho que riríamos bastante um com o outro. Bah, a família dela nunca aceitaria a relação. Tio B. ficaria uma arara só de ler esse texto. Quem iria querer a filha com um doido? Ainda mais primo? Sabendo de todos os meus vacilos? É, a parada não é nada fácil. Além do mais importante: ela não gosta de mim. Nem considera a possibilidade. Não consegue nem imaginar a situação.

Deveria eu partir pra outra? Sem dúvida. Mas eu não sei fazer isso. Aliás, sei. Preciso sair mais. E mudar de atitude, ser confiante, incorporar o conquistador, parar de ter medo de mulher, de me achar um bosta sem nenhum atrativo, acreditar no meu taco.

Tá fácil, seria como me virar ao avesso, me reinventar, me transmutar, melhor dizendo. Uma metamorfose difícil de operar. Acho que só com muitos anos de terapia pra algo assim acontecer. O que eu queria que acontecesse (além da opção 1, obviamente) era que alguém legal e bonita cruzasse o meu caminho, me achasse interessante e estivesse disposta a conversar bastante, até eu perder a pulha, até eu me aclimatar com a situação, até eu ter coragem de partir para o contato físico. Acho que precisaria de mais de um encontro. Não é impossível. Só improvável.

O que vai acontecer? Qual das opções? Não sei. Só sei que a mais difícil é a qual mais me dedico, com essas palavras idiotas.

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Ouvindo Belle & Sebastian, The Boy With The Arab Strap.

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Irmão, prometo sair mais quando esses tratamentos passarem (ou amenizarem) e eu voltar a receber salário. Não se preocupe que minha paixão não me impede de olhar em outras direções. E também não estou completamente cego em relação à impossibilidade de minha paixão se concretizar. Eu só não consigo aceitar isso, porque acho o que eu sinto belo e virtuoso, não uma aberração. Em suma, não vou perder a oportunidade de partir pra outra, se essa oportunidade – ou essa outra – aparecer. Meu coração não está fechado, só existe alguém o ocupando nesse exato momento (que pode não ser o próximo). A vida é cheia de surpresas, pode ser que a minha ainda me reserve algumas. ;)

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Vixe, cansei de falar desse assunto, chega me deu um certo enfado de quem lê e não me ama. Bem o que você queria, né, irmão?

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Continuo sem libido. Vou falar com a médica.

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Nenhum contato da moça do trabalho ainda.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

JOYCE

Um furacão que virou minha vida ao desavesso. Nos fez um lar. Um monte de confusão. Linda. Explosiva. Expansiva. Apaixonante. Às vezes triste. Sempre arruma um jeitinho. E tem um jeitinho que é só seu, que só ela sabe dar. Brigona. Voluntariosa. Charmosa. Deliciosa. Amiga pra todas as horas. Maníaca por higiene bucal. Criançona. Engraçada. Organizada e organizadora. Econômica. Sentimental. Melodramática. Agoniada. Elétrica. Excelente fazedora de amizades. Quer fazer moda e adora inventar moda. Quando é não, é não mesmo, não tem conversa. Quando é sim, é uma maravilha. Não tem talvez. Inesquecível.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

DO PERDÃO

Hoje, aqui no vizinho, veio uma moça Hare Krishna (é assim que escreve?) para preparar comida vegetariana. Uma figura muito peculiar, como é possível imaginar, e muito simpática. Disse que foi amiga de infância de Chico Science (o “Chiquinho), dentre muitas outras histórias. O que mais me impressionou, no entanto, foi a dicção dela, era possível ouvir o “i” de manteiga e os erres de cada infinitivo. Diga aí.

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Fui perdoado e desde então meu coração desfruta de uma nova e reconfortante paz. Estou mais leve, bem mais leve, como há muito tempo não me sentia. Muito tempo mesmo. Anos. Ainda bem que tive coragem de pedir perdão (o que não foi nada fácil). Hesitei muito antes de dar o enter no MSN. Claro que não foi ao vivo. Nunca teria coragem ao vivo.

Me sinto grato, muito grato a você.

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Há um perdão que nunca receberei e que sempre vai pesar sobre mim: o de V. O que eu fiz com ela foi desamor, da maneira mais cruel e mesquinha. Mesmo havendo a hipótese eu não mereceria este perdão, pois eu mesmo não me perdôo pelo que fiz. Pelo menos me serviu de dura lição, para nunca mais repetir algo tão venal a alguém que me ame. É mais justo por um fim a chegar ao ponto de trair. Fui covarde, covarde. E acabei tornando mais negra e sombria uma alma que era só luz e pureza, que era só sim. E que só me queria bem. É muito doloroso fazer mal a alguém que só lhe quer bem, alguém que se dedica de corpo e alma a você. A última pessoa a merecer um mal meu. E eu o fiz. Por isso não me perdôo. Por isso não tem perdão. Deixar uma alma mais feia é algo muito feio de se fazer.

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Por outro lado, acho que perdôo com facilidade, acho que sei me colocar no lugar das pessoas.

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Perdoar é tirar de si um ranço, uma mácula, um peso. Perdoar é dar mais uma chance, dar mais um tempo, é se dar mais uma vez. Perdoar é como uma faxina da alma, onde varrem-se mágoas, limpam-se rancores e deixa-se tudo pronto pra outra (na espera que outra nunca venha, pelo menos não da mesma direção). Perdoar é resgatar a confiança, é por fim a conflitos. Perdoar quase sempre é difícil, mas também quase sempre necessário. Perdoar deixa a alma mais leve. Quase tudo é perdoável. Infelizmente quase.

terça-feira, 19 de maio de 2009

NOVA LEITORA, VELHOS ASSUNTOS

Descobri mais uma leitora! :D

E pensar que ela lê estas mal digitadas linhas dá um misto de vergonha e orgulho.

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Hoje passei a tarde a um cômodo de distância de quem lê e não me ama. Foi bom sentir que ela estava ali por perto, que poderia estar ouvindo minha voz nas conversas com T. e N. A vi de relance, na confortável poltrona da sala, hesitando entre ler um livro e ver um seriado na TV (acho que o seriado estava ganhando). Foi o suficiente pra ganhar meu dia.

Achei o novo Orkut dela. Coloquei a seguinte mensagem: "infelizmente, te achei. :)"

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Nenhum contato ainda da moça do meu novo trabalho. Apreensão.

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Do que eu tenho mais medo nos dias de hoje? De desemprego e de solidão. E de ter um problema de saúde e ter que ser atendido pelo SUS.

A vida sozinho me dá liberdade demais, privacidade demais, tédio demais, o que inevitavelmente me leva às coisas ruins. Além do mais a casa vazia parece ecoar uma certa tristeza, um silêncio melancólico. Não me dou bem só comigo mesmo, é preciso mais alguém, alguém que me tire de mim e me mostre outras coisas, traga outras coisas, para que cada volta ao lar seja de alguma maneira uma experiência diferente. Por enquanto vou viver com meu pai, pois é mais perto do putativo trabalho (e porque minha mãe quer um tempo de mim). Depois, não sei. Começo a acreditar que vou ficar solteiro pro resto da vida. Coincidências como Joyce não acontecem duas vezes para uma mesma pessoa e não sou de nem sei ir à caça. Quem lê e não me ama vai continuar assim, a não ser por um milagre. Então, a temporada na casa do meu pai promete ser loooonga. Isso se ele ou a esposa não implicarem comigo, aí vou ficar num mato sem cachorro, dependendo de qual seja o meu salário (que ainda não me foi comunicado).

Não queria ser eternamente só, mas também não queria ser mal acompanhado. Queria ter alguém do bem que me quisesse bem e eu a ela e que, de preferência, fosse gatíssima, pois reparo muito nessa coisa da estética. ...Tá fácil eu conseguir tudo isso... ah, a solidão que me espera. Saco.

Ah, como pude esquecer: tenho medo de piorar do juízo de novo. Muito medo.

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Não sei por que, mas acho que vou conseguir envelhecer nesse trabalho. Quero muito ter estabilidade profissional e acredito que nessa firma vou ter. Tenho que me dar de bem, tenho que conseguir fazer o que esperam de mim (que nem sei bem o que é). Espero não queimar minha língua nesse caso.

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Escrevo tanto neste blog por pura falta do que fazer. E também porque é o que mais gosto de fazer.

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Ela foi descer com o cachorro ainda agorinha e falou comigo! Agora, ganhei a noite também! :D

segunda-feira, 18 de maio de 2009

COMO DESAMAR?

Lisonjeada. Em vez de constrangida. Era o que eu queria que ela ficasse ao ler o meu blog.

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Por que não desisto deste amor supostamente platônico (supostamente porque pra mim ele é bem real e possível)? Como é que se desiste de um amor que eu não sei? Como desamar? Se eu ainda guardo um pouco de amor, um pouco de afeto, um pouco de tesão por cada mulher que amei? Como desamar então? Meu coração não sabe, eu não sei. Por que ela? Porque ela sempre me encantou, desde menina e, desde menina, teve um momento em que alguma coisa deu um clique, um estalo e desde então, estou assim estalado. Ela nem fala mais comigo. Nem me dá mais oi. O abismo entre nós está cada dia mais imenso. E eu continuo cavando através dessas palavras. Mas como parar de escrever se é só através das palavras que consigo amá-la? Pelo menos isso nós temos em comum, amamos as palavras. Embora ela seja mais seletiva em relação às dela e eu saia escrevendo tudo que me jorra da mente e do peito afora.

Como esquecer o que quer se fazer lembrado? Como desistir se ainda há fé na luta? Como abrir mão da coisa mais bonita que carrego? Como apagar de dentro de mim algo que parece que sempre esteve presente? Eu não sei. E pra falar a verdade, nem quero saber.

TIDBITS II

O casamento mencionado no post anterior foi o bicho. Encontrei com várias pessoas amadas e conhecidas que não via há séculos, coloquei o papo em dia um pouquinho com cada uma. As mulheres estavam lindas, em especial Maria. Conheci o filho de uma amiga que tinha uma curiosa fixação por seios e sempre que estava no colo da mãe, enfiava a mão vestido a dentro para pegar-lhe o peito. A certa altura da festa sentei-me ao lado de quem lê e não me ama (que obviamente estava esplendorosa em seu vestido cor de sangue) e nossas mãos mais de uma vez quase se tocaram quando eu ia cinzar o meu cigarro. Um ímã impelia minha mão a fazer o contato, mas meu autocontrole falou mais alto. Graças. Ela ficou virada para o outro lado e não me dirigiu um olhar ou palavra sequer. Pelo menos sentou ao meu lado, o que foi suficiente para me deixar extasiado.

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Concordo com o que o psiquiatra José Carlos Escobar disse no rádio: em vez da maconha é melhor utilizar os recursos do Estado para combater a mais avassaladora das drogas, o crack. Ele defendeu também que a maconha não é necessariamente porta de entrada para outras drogas e que o álcool está muito mais relacionado com a dependência de crack que a nossa querida erva. Ressaltou ainda que em vários países do mundo vem-se adotando uma política de tolerância em relação à cannabis e que o Brasil não deveria ficar atrás.

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Fiz uma entrevista de emprego hoje. 80% de chance de eu ficar, segundo a dona. É um pouco fora da minha praia, o que me deixa apreensivo, mas acho que consigo desenrolar. Ainda não sei valores, mas, se tudo der certo, começo primeiro de julho. Torçam por mim.

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Eu fico só querendo expor meus sentimentos por ela aqui, o que é uma mania chata. Eu já nem tenho formas outras de dizer o que já foi dito e redito tantas vezes, mas mesmo assim, o fato de saber que ela vai ler, desse blog ser um elo entre mim e ela, me motiva. Isso é um saco pros outros dois leitores, bem sei. Mas eu gosto de fazê-lo porque me alivia o peito da pressão desse querer enorme (embora saiba que isso me distancie ainda mais dela na vida real, posto que a deixa ainda mais empulhada com a minha presença). Fico procurando palavras bonitas, palavras-passarinho, palavras-colibri, alguma forma de descrevê-la como a vejo, linda, linda. Alguém com uma alma boa, limpa, apesar de abusadinha. Alguém que pode ser uma grande amiga, como eu sei que o é pra outras gentes. Alguém que tem poesia no olhar e no viver. Poesia, essa é a melhor definição dela pra mim. Toda você é poesia, meu amor.

Ei e o nome deste blog é As Cartas de Amor, então escrever essas baboseiras tá totalmente dentro do contexto!!!!!

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Estou me sentindo distante do meu primo mais próximo. Isso não é bom e nem sei por que se dá. Sei apenas que percebo o distanciamento nas nossas conversas e isso me incomoda.

sábado, 16 de maio de 2009

SE REDUNDO, CONSISTO

Redundância é um defeito, mas, por outro lado também, é uma prova de consistência das idéias-sonho que tenho. É prova também de que falta-me algum tipo de renovação, de novos ares, de novos acontecimentos. Hoje, vai ter um evento que talvez traga um novo alento a estas bandas. Um casamento ao qual irei de semi-penetra (existe semi-penetra, sim, eu não fui convidado, mas disse ao irmão da noiva – que é meu grande amigo – que iria). Espero trazer novas notícias deste acontecimento.

Pelo menos estou remoendo menos minha depressão, o que significa que ela está ficando pra trás, graças!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

TIDBITS I

Hoje fuleirei na dieta. Um Big Tasty (nem gostei do sanduba, péssima pedida), uma coca e uma batata médias. Buuuuum.

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Desculpem-me meus 3 leitores pelos tópicos redundantes sobre amor, mas, admitamos, não há como não ser redundante sobre este tema.

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Pobre de quem lê e não me ama. Carregar junto comigo este carma. Era tão bom que ela nem ligasse, mas eu acho que há um incômodo em sua alma por causa de mim. Melhor seria haver um cômodo! Hahahahahaha.

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Minhas mãos estão tremendo. Cafeína e nicotina demais, creio.

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Os preços do cigarro estão um absurdo. Sacanagem impedir o pobre de fumar, ele já tem tão pouco pra se contentar.

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Continuo com medo do meu futuro profissional. De não dar conta do recado. Eu nem quero mais dominar o mundo democraticamente. Botei os pés no chão. Quero apenas levar uma vida honesta e decente, sem muitas privações. E, de preferência, com alguém para amar/repartir. Chega de sonhos megalomaníacos, quero o simples, o aqui e o agora, sendo produtivo e tendo um tempo pra curtir a vida. Quero minha doença sobre controle também. Sem dúvida desejo muito isso. Quase todas as encruzilhadas em que meti foram por culpa dela. Chega. Já me atingiu, destruiu, massacrou demais. Preciso de um tempo, um longo tempo longe dessas sensações daninhas.

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Ganhei uma camisa da Nike irada daquela do aniversário de 2 posts atrás. Dry Fit e tudo o mais. Mó chinfra.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

QUE NOJO, NUNCA ESQUEÇO

Nunca esqueço o que minha tia disse quando lhe revelei, lá nas Alagoas, meus sentimentos em meio a garrafas de vinho muitos anos atrás: “o que não faltam na família são casos de primo com prima, casados e com filhos até, não esquente com isso, não”. E então, pra cortar o meu barato, me vem à cabeça aquela frase de quem lê e não me ama: “que nojo”. E aí volto à impossibilidade.

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Que nojo, que nojo... pode o amor ser nojento ou como diz o poeta toda forma de amor vale a pena, toda forma de amor vale amar? Excluindo a pedofilia, que nem sei se é forma de amor, eu concordo com o poeta.

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Que nojo, que nojo... eu devo ser realmente muito nojento aos olhos dela. E eu até entendo, ainda mais depois de tudo o que posto aqui. Mas esse é o meu espaço. O espaço mais meu que possuo e nele me dou completa liberdade de ser o que sou e o que quero ser. É o meu espaço de sonhar, reclamar, chorar, sofrer, sorrir. Sei que a vida é que deveria ser esse espaço e é. Isto é minha vida transformada em palavras. (Novamente sendo redundante).

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As palavras da minha tia não me saem da cabeça. Mas em que elas ajudam no meu caso, se o fator principal da rejeição não é esse e sim, que eu simplesmente não faço o tipo dela? Sou muito velho, muito enrolado, muito gordo, muito sem juventude, muito nada a ver (como provavelmente ela colocaria).

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Que nojo, que nojo... tão nojento ao ponto de não merecer nem a consideração de uma chance, bem sei.

Será que o tempo ficará um dia do meu lado? Ah, o tempo... tão doce quanto traiçoeiro.

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Que nojo, que nojo, infelizmente, apesar da sua torcida, titia.

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Miou a dieta do post anterior, pois acabei jantando na comemoração do aniversário da pessoa citada no post anterior (a da história da putativa lésbica). Aliás, pensando bem, a dieta era uma agressão ao meu organismo mesmo, melhor comer pouco, mas comer todo dia.

Acho que estou tomando café demais, pois todo dia agora fico enjoado.

Hoje comi: à tarde uma fatia da torta que sobrou do aniversário daquela do post anterior e agora à noite uma saladinha. Será que isso emagrece?

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Um milhão e trezentas mil famílias recebendo de forma irregular o Bolsa Família. Das quais 110 mil compraram carros e até caminhões novos no último ano. E o pior: 60 mil políticos também recebendo o bendito benefício. Estou chocado. Não imaginei que a falta de civilidade e de escrúpulos tomasse proporções tão dantescas em nosso país. Que nojo, que nojo.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

CARTAS DE AMOR ILUDIDO

Estou meio enjoado. Acho que foram cafés e coca-cola zero demais. Não comi nada hoje. Perder 20 kg. Acho que consigo passar 2 dias sem comer. No terceiro como e passo mais 2 dias sem comer. Será que funciona? Será que consigo fazer isso sem despertar suspeitas em mamãe? Ela não aprovaria a dieta, por achar radical demais, creio.

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Estou muito emocional, querendo falar de amor. Deve ser carência ou minha libido voltando.

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O amor desgasta quando se desgasta.

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O amor dos primeiros dias, aquele mais doce e inebriante não sobrevive muito, nem poderia, senão seríamos eternamente incapazes de viver o resto. O amor dos primeiros dias consome muito porque nos entregamos muito a ele. É preciso algo mais para seguir em frente quando o amor dos primeiros dias evanesce, admiração mútua e cumplicidade, no mínimo. Seria bom tesão mútuo também. De qualquer forma, o amor dos primeiros dias é o maior barato de todos. (Começo a ficar redundante...)

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O ciúme é o pior efeito colateral, o veneno do amor. É como ácido que corrói a alma. Graças à experiência, cada vez menos sofro desse mal tão desnecessário e infundado, na maioria dos casos. Os casos em que o ciúme é válido e justificado são casos perdidos. Não consigo crer que quem gosta de fazer ciúme goste mesmo da outra pessoa, afinal, quem ama não quer fazer o outro sofrer. Pelo contrário.

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Tomei mais coca zero e fumei 2 cigarros e o enjôo bateu de novo.

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Eu tenho medo, receio, vergonha de quem lê e não me ama. É como se diante dela eu diminuísse, virasse um menino bobo e indefeso, trocando os pés pelas mãos. Ela é tão enorme e resplandecente dentro de mim que me ofusca, me empurra para um canto, encolhido.

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Com a outra pessoa que lê e me ama de um jeito diferente do meu, não sinto isso. Nossa intimidade não se dissipou com o fim do relacionamento. E isso é bom, virtuoso e saudável. Pros dois, acho. Acho que pra mim ainda não caiu a ficha que somos só amigos. Mas está caindo.

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Ouvi agora uma história de amor impossível de uma putativa lésbica por uma mulher bem casada (e totalmente hetero) (amor este declarado através dos presentes dados pela primeira a guisa do aniversário da outra) e me lembrei da impossibilidade do meu amor. Até pelo comentário de quem lê e não me ama sobre a história: “que nojo”. Deve pensar assim também do meu amor. E eu fico pensando na coragem que a putativa lésbica teve que acumular para ultrapassar o ridículo do seu ato e dar voz ao seu amor. Mesmo ante a impossibilidade o amor falou mais alto e fez a putativa lésbica cometer o desatino de se declarar. Sei bem o que é isso. Sei do pesado ridículo, sei da força do amor para sair debaixo desse peso e se manifestar. Sei também do alívio de soltar algo tão imenso de dentro do peito. A alma é tomada por uma leveza imensa, porém momentânea, pois cedo ou tarde o peso do ridículo novamente pousa sobre o sentimento liberto.

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Sem dúvida fui e sou o primeiro a amá-la. Será que serei também o último? Ai, ai, vida dos desencontros.

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Será que perdendo 20 kg me torno mais atraente para alguém? Espero que sim. Vou deixar meu cabelo crescer até o tamanho do de Bono em Rattle & Hum, dessa vez não vou desistir. Já começam a ficar brancos e quero antes de me tornar grisalho. Não sei se com isso vou ficar mais atraente para os outros, mas vou realizar um sonho de infância. Não deve ficar muito ridículo, dizem que meu cabelo é bom. Está decidido.

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Será que alguém jamais será capaz de vê-la mais bela que eu? Acho tão difícil...

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É incrível como tudo sobre o amor já foi dito antes e melhor.

terça-feira, 12 de maio de 2009

INTUIÇÃO FEMININA

Minha intuição feminina funcionou! Lá-lá-lá lá-lá lá :)))))))))

Indescritível como um sim pode me deixar tão feliz. A você que lê e não me ama, eu sou isso que é escrito aqui. O melhor e o pior de mim estão nessas palavras, tudo que se passa nesse ser que sou. Se você lê, me conhece intimamente.

PRECISO

Preciso perder 20 kg

Preciso de um emprego

Preciso de alguém para construir um lar

Preciso sair mais

Preciso voltar a tomar minhas biritas

Preciso ser feliz honestamente

Preciso dela

Preciso de um Wii funcionando

Não preciso de um laptop

Não preciso de tristeza

Não preciso de solidão

Não preciso de apatia

Preciso mas não quero fazer exercício

Preciso mas não quero parar de fumar

Preciso mas não quero esquecê-la

AMIZADE, AMOR E SEXO

Eu achava que o amor era uma amizade regada a sexo. Mudei de idéia. Eu posso fazer sexo com uma amiga sem necessariamente estar apaixonado por ela, sem amá-la. O amor vai além do afeto entre amigos, há um encantamento, um deslumbramento pelo outro que na amizade não existe. Há também um carinho, um se dar que precede e procede o sexo. O amor é um sentimento mais completo, o mais completo, ele engloba e transcende a amizade e requer um contato físico que vai muito além do sexo, que é feito de carícias, de olhares, de colo, de pequenos e imprescindíveis gestos. Com seus espectros emocional e sensorial tão abrangentes, não é a toa que dizem que o amor nos completa.

Eu gosto de amar, gosto de construir tijolinho por tijolinho uma relação, gosto do sentimento de estar nas nuvens, gosto da saudade e de matar a saudade, gosto da intimidade cada vez maior e mais plena, gosto dos carinhos e carícias, gosto de dar prazer sexual a quem eu amo, gosto da cumplicidade, gosto até das brigas para aparar as arestas, gosto de dormir junto, de ver meu amor dormir, gosto de sua nudez, gosto de vê-la palitando os dentes, gosto de vê-la com roupas bem largas e confortáveis, parecendo uma menininha perdida dentro delas, usando uma camiseta minha, gosto quando ela se veste para arrasar, gosto de suas sobrancelhas, adoro sobrancelhas, gosto de lambê-la, mordê-la, apertá-la, gosto de vê-la existindo, com seus gestos tão particulares, gosto de ouvir seus segredos e as coisas do dia-a-dia, gosto de ver filme junto, gosto de cozinhar junto, gosto de tomar banho junto, gosto de passear junto, gosto de tomar umas junto, de sair com os amigos, gosto de cantar junto, de jogar dominó, gosto até de fazer compras junto, gosto, em suma, de estar junto de quem eu amo, sem tolher sua liberdade e sem ter a minha liberdade tolhida. Queria ter alguém para amar.

Sou devagar na arte da sedução, não sei fazê-lo a não ser com muito papo. Preciso de um pouco (poucão) de intimidade para poder me sentir seguro e me aproximar. A birita me ajuda a ter coragem, mas sou tão tímido, que mesmo com a desinibição alcoólica eu fico travado, tenho vergonha. Tenho vergonha do sexo também, sempre acho que vou dar vexame, que vou gozar rápido, que meu pau é pequeno (embora esteja dentro da média nacional). A primeira vez com uma pessoa pra mim é um pesadelo de insegurança, me sinto pisando em ovos, como se fosse virgem. Mas, mesmo assim, ainda acho estar apaixonado o maior de todos os baratos. E, quanto mais suada a conquista, mais doce a vitória, né?

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Por que não aprendi a ficar como todos os meus amigos, eu não sei. Baixa auto-estima talvez. Por outro lado se tivesse aprendido talvez tivesse tido várias relações insignificantes, ao contrário das poucas e profundas que tive. Ganharia em quantidade e perderia em qualidade. Sei lá, de repente não, de repente eu estivesse casado agora. Bom, mas não foi assim e não é assim. Tenho que me virar com o que sou. E acho que sou um cara legal. Ou gostaria de achar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

VAGAS EMOÇÕES

Eu acredito que quem não me ama ainda lê este blog, não sei por quê. Uma intuição feminina talvez.

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Fiz uma declaração/depoimento de Orkut que não devia. Ou devia a mim mesmo. Sei lá, está feito.

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Eu quero a sorte de um amor tranqüilo.

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Eu quero aprender a me chegar a uma garota. Eu quero aprender a ficar. E quero aprender a gostar de ficar. Acho que eu não nasci pra ficar. Eu preciso conhecer um pedaço da alma antes de conhecer um pedaço do corpo. Acho que sou careta ou romântico demais. Ou tímido demais para essas coisas.

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Eu gosto mais de carinho do que de sexo (embora sexo não deixe de ser uma espécie de carinho). Minha libido adormentou-se.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

OPINIÕES

Ouvindo Estrangeiro de Caetano. Estou meio travado pelos remédios. Teimo em interpretar no texto daquela que não me ama e não me lê uma menção. Prova de que as palavras têm uma face para cada leitor. Aliás, como é possível haver interpretações tão díspares para um mesmo texto? Como podem ser tão flexíveis as palavras a ponto de se desprenderem da intenção original do autor e ganhar outra vida sob novos olhos? Será impossível escrever algo que seja igualmente compreendido por todos os leitores? A casa é verde. A batata está barata. A partir daí tudo toma um significado transitório, transitando entre os ânimos de cada leitor. Até as leis que são escritas da forma mais clara e precisa possível são passíveis de interpretação. Isso meio que me angustia porque sonho que estou compartilhando a minha visão com o mundo, mas os poucos que me lêem (se alguém) podem ter visões totalmente outras do que escrevo. Como alento, essa mesma flexibilidade me permite interpretar o texto daquela que não me lê e não me ama da forma que mais me apetece. :]

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Será que essa enxurrada de propagandas institucionais sobre posturas ecologicamente corretas das empresas ou de como apóiam a nossa cultura ajuda a formar uma opinião pública mais consciente em relação à preservação ecológica e à preservação das nossas raízes culturais ou o excesso leva à banalização destes temas?

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Existe amor entre homem e mulher sem tesão?

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Será que a poesia está morrendo? E se estiver, que beleza haverá num mundo sem ela?

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A beleza é sempre poética? A mim sempre será. Chamar alguém de popozuda é apoético. O que me leva a crer que a poesia está sendo trocada pela vulgaridade. Ou seja, pela explicitude feia, chata e banal. Me atrai mais o decote que os seios expostos. Que estes se exponham na devida e poética hora.

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Não há nada mais belo que a juventude feminina. Nem mil Rios de Janeiro.

domingo, 3 de maio de 2009

ROMANCETES

Os dedos roçaram de leve. O dele e o dela. Houve intenção. Dele. Tímida intenção. E um choque elétrico percorreu a sua espinha. Ela deixou os dedos ficarem assim, encostados. Não era possível dizer que isso era um sim, tão leve era o contato. Mas certamente não era um não, pois ela sentia o toque mesmo que leve. De repente, ela levantou a mão e fez um gracioso movimento com o cabelo. Contato desfeito, mas por pouco tempo. Ao final do movimento pousou sua mão sobre a dele. Ela também havia sentido o choque percorrer-lhe a espinha da primeira vez. Ele segurou a mão dela com uma mistura de firmeza e delicadeza. Ele tinha mãos delicadas. E é isso. Estão juntos até hoje. E adoram andar de mãos dadas.

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O presságio do beijo. Os corpos cada vez mais perto um do outro. O contato físico mais constante, mais desejado, mais pegado. Enfim, os corpos se aproximam, frente a frente. Ele tira o cabelo dela do rosto e com carinho o prende atrás da orelha. A mão volta e segura de leve o queixo dela. Os olhos muito dentro um do outro. Ele aproxima seu rosto e, com seu nariz, faz carinho no nariz dela. Os olhos se fecham. Respiram o mesmo ar e o beijo se dá.