quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

UM DIA AINDA DESCUBRO


Verdade seja dita, sempre fui um bon-vivant na medida em que me foi possível. Mesmo assim acho incrível como se escondeu tão rápido dentro de mim o bolalaranja dono e ator de suas verdades, o bolalaranja pronto pra guerra, combativo, confiante. Como tudo isso definhou, virou flor murcha. É óbvio para mim que eles me querem de volta dentro dos padrões deles de controle e comportamento. Indiscutível que eu me submeti. Fui tomado por um medo infantil, por um sentimento de insegurança/incompetência/incapacidade. Tornei-me, subitamente, frágil, quebradiço e quebrado. Mas por quê? E por que assim tão depressa? Por que me vi e vejo tão cercado de sufocantes pressões? Quem as faz? Eu mesmo? Minha mãe? Minha mãe me infantiliza? Se, sim, por que me deixo infantilizar? Por que não continuo homem, dono da minha vida? Um dia ainda descubro.

XXXX

Uma possibilidade levantada hoje para esta recente montanha-russa emocional é que eu sofra de transtorno bipolar, seja maníaco-depressivo, em outras palavras, talvez eu possua uma disfunção fisiológica no cérebro que faz com que meu humor oscile entre dois extremos: euforia e depressão. Pode ser. O que é uma droga, porque isso me faz sentir menos no controle de mim, das minhas emoções. Isso me faz questionar, na verdade, até onde as emoções são minhas e até onde elas devam permanecer minhas, inalteradas pela medicação. Onde deve ser traçada a linha que separa minhas emoções normais das minhas emoções patológicas, “exageradas”? Quem traça essa linha? Eu ou o terapeuta ou os meus pais? Acredito que o que deva nortear este traçado é a percepção de quão prejudiciais as emoções exacerbadas são para minha vida e tentar eliminá-las, limá-las, poli-las. A dúvida que surge é como saber que não estão limando emoções que não me são prejudiciais, que me são necessárias? Por exemplo, minha libido diminuiu bastante (não que eu me incomode muito, pois relacionamentos são coisas complicadas e eu não sou um bom companheiro). Mas e o resto? Como vou saber? Como vou saber se sinto tudo o que mereço ou devo sentir? Não sei. Só sei que não quero sofrer. Em não sofrendo, todo o resto é válido e todo questionamento é fútil.

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