domingo, 11 de janeiro de 2009

SINTOMAS


Recife, 11 de janeiro de 2009.

Fracasso e morte. Fracasso e morte. Fracasso e morte. Pensamentos obviamente depressivos. Meus pensamentos em todos os momentos em que estou só comigo mesmo. É uma rotina mental torturante e chata. Prefiro até raiva, que é uma coisa mais ativa, à essa passividade mórbida deprimente e deprimida. Sofro dessas frescuras, dessas covardias, desse desânimo maior que eu. Estou me sentindo encurralado, pressionado, esmagado pelo peso invisível, mas nem por isso menos tangível, de que tudo o que eu planejei deu errado. E não tenho ânimo para tentar qualquer outra coisa, nem qualquer mesma coisa, não tenho vontade de nada. Talvez de uma bala na cabeça. Desde que seja indolor. Isso seria bom. Me libertar de uma vez por todas dessa condição humana deplorável em que me encontro. Ou que talvez sempre tenha sido. Sei que isso é depressão, já estive aqui antes. Nada é tão negro assim, em verdade. É só a verdade como ela se apresenta agora, através dos meus olhos doentes. Tenho que ter paciência, mas acho que o mundo ao meu redor não está com tanta paciência assim. “Ele não faz nada” são palavras que já ouço ecoar aqui e lá. Aqui dentro elas ecoam. Estou com medo desse cansaço da vida. É uma doença, eu sei, mas tão real. Fracasso e morte. Fracasso e morte, Fracasso e morte. Esse é o meu mantra estes dias. E que dias tristonhos e sombrios são.

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