segunda-feira, 25 de maio de 2009

ECT, EUFRÁSIO, MEDO E PERFIL

Faz meia hora que voltei da minha primeira sessão de ECT. Além de uma leve dor de cabeça não sinto grandes alterações. Pra mim, foi tudo muito rápido. O anestesista aplicou a injeção, disse que eu ia sentir um gosto estranho na boca (o que de fato instantaneamente aconteceu) e logo depois minha vista começou a turvar-se. Depois disso, só me lembro de acordar já com mamãe e Alfredo na sala. Estou confiante no tratamento e fui com a cara da doutora. Pensei que a dor de cabeça (para a qual já estava preparado, pois li num e-book que Alfredo arrumou) seria maior. Tenho outra sessão na quarta. Espero que tudo dê certo. Eu acho que mereço. Chega de inferno existencial. Até acho que já estou melhor (mas deve ser psicológico).

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Fui no sábado para um show no Eufrásio Barbosa organizado por um amigo meu. O Eufrásio é grande e ficou lotado, logo, deu supercerto. Menos pra mim, pois me bateu um bode triste, vomitei pra caramba. Vi mulheres bonitas, mas nenhuma que me fizesse pensar “é essa”. E mesmo se houvesse eu não saberia, nem estava em condições, de me chegar. Encontrei muita gente conhecida lá, mas interagi pouco por causa do enjôo, o que pra mim foi um grande desperdício, pois é raro eu ter oportunidades como essa de encontrá-los.

A coisa mais marcante da noite foram os comentários elogiosos de Aninha, com quem nem tenho muita intimidade, a meu respeito. Fiquei superlisonjeado que ela ainda se lembrasse de nossa conversa anos atrás em Garanhuns e de tê-la achado tão marcante, a ponto de me dizer que eu era um cara do caralho. Foi ótimo ouvir esse elogio nesses tempos em que não me acho nada do caralho.

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Uma coisa que me assusta é como eu sou defasado em relação a outras pessoas. Principalmente profissionalmente. Nunca passei por grandes agências, nem nunca busquei isso. Não construí um nome dentro do meio, coisa que na minha idade eu já deveria ter. Nem portfólio eu tenho. Não sei mexer no Illustrator, o programa que se tornou padrão nas agências. Estacionei no Corel, que hoje é considerado ultrapassado (mas que a mim me serve muito bem).

Além disso, não dirijo e voltei a morar na casa dos meus pais. Duas coisas péssimas pra quem quer ter uma namorada. E, mesmo que dirigisse, nunca ganhei o suficiente pra ter e manter um carro.

Meus irmãos, em contrapartida, estão com a vida superorganizada, estudando e trabalhando no exterior, superqualificados, casados (ou quase), felizes. Ainda bem, prefiro que eu esteja na merda do que eles. Dói menos (mesmo que ainda assim doa pra caramba).

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Pra não perder o hábito:
O que sei dela? Que é uma atéia convicta, que é tímida com quem não conhece, que é bagunçada, meio desastrada, gosta de argumentar, gosta de escrever, que faz Jornalismo, que parou de comer carne vermelha e de galinha, que, ao contrário de mim, sabe guardar as coisas pra si, que é discreta, que tem um monte de amigas fidelíssimas, que é linda como o sol, que é delicada e feminina, que é generosa, bondosa e ética, que não quer ser minha, que gosta de sair, de dançar, de viver. Não sei mais.

2 comentários:

  1. Tais bem melhor, já postou e tudo! kkkkkk
    bjs

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  2. Oi, meu irmão,

    cada pessoa tem seu passo. Não se menospreze, como Ana disse, você é uma pessoa do caralho, ams que precisa de um boost de alta estima. Eu estou começando a me valorizar só agora também. Depois de ter me lascadao estudando para essedoutorado, aprendi, a chicotadas, a me dar mais valor e a entender que, com esforço, às vezes muito esforço, às vezes mais esforço que gostaria, consigo alcançar e ser o que desejo. É só uma questão de persistência, disciplina e paciência.

    Espero qeu você consiga um dia obter quantidades suficientes desses três ingredientes para construir um bolo de vida com o seu gosto.

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