sexta-feira, 22 de maio de 2009

“ALMA-GÊMEA É COMO PEIXE: VÁ PESCAR.”

O título é um conselho do meu irmão que não se conforma com a minha paixão por quem lê e não me ama. Não entende como depois de tantos foras eu ainda não parti pra outra. A questão não é partir pra outra é outra chegar e me arrebatar. E, como já disse em posts anteriores, eu não sei pescar.

Concordo porém que não exista esse negócio de alma-gêmea, a gente é que constrói a relação se adequando as perfeições e imperfeições do outro. O problema é que eu queria construir com ela. E, repito, não sei por que ela. Pode ser que uma outra mulher apareça na minha vida e que nos apaixonemos. Não descarto isso. Espero até por isso. Mas enquanto isso não acontece, meu coração é dela, não tem jeito, nem explicação. As escolhas do coração não se explicam. Será que a amo pela impossibilidade? Para não precisar nunca assumir uma nova relação? Será que a amo por ser a mais difícil de todas e, assim, ser o prêmio, a conquista máxima? Será que a amo pelo que ela é? Pelo seu jeito de levar a vida, por sua beleza radiante e tão única? Será que eu a amo porque amo a família dela? Quem sabe? Eu não. Sei decerto que ela não é minha alma-gêmea, nunca achei isso, sei que haveria várias arestas a aparar, sei da liberdade que ela precisa muito mais do que eu, sei da diferença de idade, sei do grau de parentesco, sei de inúmeros pontos pelos quais ela não será nunca minha alma-gêmea. Mas por outro lado, como almas-gêmeas são construídas, não existem prontas, acho que faríamos um ótimo par, seríamos um casal alegre, feliz, de alto-astral, como fomos um dia eu e Joyce, só que de uma nova maneira. Acho que riríamos bastante um com o outro. Bah, a família dela nunca aceitaria a relação. Tio B. ficaria uma arara só de ler esse texto. Quem iria querer a filha com um doido? Ainda mais primo? Sabendo de todos os meus vacilos? É, a parada não é nada fácil. Além do mais importante: ela não gosta de mim. Nem considera a possibilidade. Não consegue nem imaginar a situação.

Deveria eu partir pra outra? Sem dúvida. Mas eu não sei fazer isso. Aliás, sei. Preciso sair mais. E mudar de atitude, ser confiante, incorporar o conquistador, parar de ter medo de mulher, de me achar um bosta sem nenhum atrativo, acreditar no meu taco.

Tá fácil, seria como me virar ao avesso, me reinventar, me transmutar, melhor dizendo. Uma metamorfose difícil de operar. Acho que só com muitos anos de terapia pra algo assim acontecer. O que eu queria que acontecesse (além da opção 1, obviamente) era que alguém legal e bonita cruzasse o meu caminho, me achasse interessante e estivesse disposta a conversar bastante, até eu perder a pulha, até eu me aclimatar com a situação, até eu ter coragem de partir para o contato físico. Acho que precisaria de mais de um encontro. Não é impossível. Só improvável.

O que vai acontecer? Qual das opções? Não sei. Só sei que a mais difícil é a qual mais me dedico, com essas palavras idiotas.

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Ouvindo Belle & Sebastian, The Boy With The Arab Strap.

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Irmão, prometo sair mais quando esses tratamentos passarem (ou amenizarem) e eu voltar a receber salário. Não se preocupe que minha paixão não me impede de olhar em outras direções. E também não estou completamente cego em relação à impossibilidade de minha paixão se concretizar. Eu só não consigo aceitar isso, porque acho o que eu sinto belo e virtuoso, não uma aberração. Em suma, não vou perder a oportunidade de partir pra outra, se essa oportunidade – ou essa outra – aparecer. Meu coração não está fechado, só existe alguém o ocupando nesse exato momento (que pode não ser o próximo). A vida é cheia de surpresas, pode ser que a minha ainda me reserve algumas. ;)

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Vixe, cansei de falar desse assunto, chega me deu um certo enfado de quem lê e não me ama. Bem o que você queria, né, irmão?

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Continuo sem libido. Vou falar com a médica.

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Nenhum contato da moça do trabalho ainda.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Mário, acho que peguei pesado no meu comentário, não tenho nada a ver com seus sentimentos por quem lê e não te ama. Eu tenho mais é que respeitar seus sentimentos, e lembrando que esse espaço é seu e que estar livre para você escrever seus pensamentos e sentimentos. Espero que esse tratamento funcione e te dê uma nova direção. Estou torcendo.
    beijo

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  3. Meu véi,

    Olhe, eu sempre tive esse esquema de complexode infferioridade, mas mudei muito nesses anos que se passaram. Depois de quase trinta anos de vida, estou aprendendo a saber o que me faz feliz, o que me faz triste e a escolher as coisas felizes. Estava lendo o livro "A arte da felicidade" e percebi que uma das dicas que ele dá é essaÇ enteda o que te traz infelicidade, entenda o que traz felicidade e faça a filtragem. claro, tem muitas outras cosias no livro, mas acho que, talvez, pra ti, essa seja uma que tenha improtäncia no momento. sei, também, que você ja leu esse livro senao todo, quase todo, então, tá bom de referências.

    Como eu disse em posts anteirores, é com passo de formiga que se progride cara. Valorize cada pequeno passo seu que aos poucos percorrerás grandes distâncias.

    Te amo. Um abraço.

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  4. Giba Carvalheira!

    Sou o amigo escritor de Bella, sua cunhada. Conversamos muito num barzinho há quatro anos atrás. Te entendo profundamente, sou depressivo também, escravo de remédios, suicida em potencial, tenho surtos quando estou bêbado, e não acredito mais no amor. Até que a vida me pregue uma peça...

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